Emanuel Dimena considera ilegal novo estatuto da FAF
Retirada dos clubes da população votante nas eleições da entidade reitora do futebol foi feita sem o consenso e aprovação dos filiados
O director-geral
do Santa Rita de Cássia, Emanuel Dimena, considerou, terçafeira, ilegal o novo estatuto da Federação Angolana de Futebol (FAF), publicado a 30 de Julho de 2019, no Diário da República.
“O estatuto publicado no Diário da República não foi consensual, porque os filiados não se pronunciaram sobre o assunto na Assembleiageral. Eles (A direcção da FAF) apresentaram uma proposta, mas não concordámos (clubes) com aquilo que dizia o documento, porque sabíamos que seríamos uma carta fora do baralho”, explicou ao
Jornal de Angola.
Emanuel Dimena confirmou que a questão foi discutida entre a direcção da FAF e os associados, mas não mereceu a aprovação dos filiados durante a Assembleia-geral, que antecedeu a publicação do estatuto no Diário da República. “Discutimos este pormenor. Não seria só os votos dos clubes da I Divisão, mas de todas as equipas do país reconhecidas”, declarou Emanuel Dimena.
Para o director do Santa Rita, o elenco de Artur de Almeida e Silva serviu-se da ignorância dos clubes, com a intenção deliberada de eliminar o seu direito de voto no processo eleitoral da FAF.
“Aproveitaram-se da nossa ingenuidade, e publicaram o estatuto sem o direito a voto dos clubes. Retiraram a alínea c) do ponto dois do artigo 24º (capacidade eleitoral activa)”, explicou à nossa reportagem.
Emanuel Dimena denuncia que a alteração feita pela actual direcção da FAF está relacionada ao apoio financeiro, prometido pelo presidente da FIFA, Gianni Infantino.
“Neste momento, a correria de Artur de Almeida e Silva é por causa dos valores monetários prometidos pela FIFA. Ele sabe que, a partir do próximo ano, vai beneficiar do dinheiro da FIFA”, alertou aos filiados.
O agente desportivo apelou à direcção da FAF a respeitar a Lei número 5/14, de 20 de Maio (Lei do Desporto) e a Lei Nº 06/14, de 23 de Maio (Lei das Associações Desportivas), promulgada em 28 de Abril de 2014 pela Assembleia Nacional.
“Devemos respeitar as leis. Só aconteceu, porque não conhecem nada sobre a legislação desportiva. Só não lhe posso chamar de “páraquedista”, porque ele já está há bastante tempo no futebol”, declarou.
O dirigente alertou que a direcção de Artur de Almeida e Silva tem alguns pendentes, com os associados sobre o despedimento do anterior técnico dos Palancas Negras, o sérvio Srdan Vasiljevic. “A FAF tem dívidascomosamantesdofutebol do país, porque até agora desconhecemos qual foi o real motivoquelevouàrescisãocom oseleccionadornacional”,rematou, em jeito de recordação.