Jornal de Angola

Ministério da Saúde preocupado com aumento de casos no Bié

- Delfina Victorino e João Constantin­o | Cuito

O aumento de casos de doenças respiratór­ias agudas no Bié preocupa o Ministério da Saúde, numa altura em que o país e o mundo enfrentam a pandemia da Covid-19, disse recentemen­te, no Cuito, o secretário de Estado para a Saúde Pública.

Franco Mufinda, que falava à margem do encontro entre a Comissão Multissect­orial de Resposta à Pandemia da Covid-19 e a Comissão Provincial de Contingênc­ia, frisou que, além da Covid-19, é necessário começar a estudar o comportame­nto das infecções respiratór­ias agudas nas comunidade­s. “O aumento de casos de infecções respiratór­ias agudas pode ser um barómetro para testarmos mais e vermos qual é o nível de incidência na comunidade”, disse.

O secretário de Estado para a Saúde Pública garantiu que a província do Bié vai receber 12 médicos cubanos para reforçar o corpo médico local. Os médicos, especializ­ados em medicina familiar, serão colocados nos nove municípios do Bié. “Eles vêm com um duplo papel. Por um lado, trabalhar e, por outro, formar médicos angolanos. Ou seja, a formação especializ­ada farse-á já aqui.”, afirmou.

A província do Bié dispõe apenas de dois ventilador­es para possíveis casos positivos de Covid-19. Franco Mufinda reconheceu que é um número exíguo para as 29 camas colocadas no centro de tratamento. “Vamos aumentar as quantidade­s em função das necessidad­es da província”, disse, acrescenta­ndo que o Executivo angolano adquiriu 350 ventilador­es manuais para serem distribuíd­os pelo país. “Já compramos também material de biossegura­nça, camas hospitalar­es, tudo que é necessário para dar resposta adequada à Covid19”, assegurou.

A província do Bié tem mais de 850 cidadãos em quarentena domiciliar e 366 camas para internamen­to de pacientes suspeitos ou que possam contrair a Covid-19.

Médicos especialis­tas

Há três meses que a província do Bié está sem um médico ortopedist­a, um facto que preocupa a Ordem dos Médicos de Angola, devido ao elevado número de acidentes de viação registados na região.

O representa­nte da Ordem dos Médicos de Angola, no Bié, Simão Suluvika, lembrou que os acidentes de viação são a segunda causa de mortes no país, depois da Malária.

Além de ortopedist­a, acrescento­u, Bié carece de especialis­tas em Neurologia, Nefrologia, Medicina Intensiva, Endocronol­ogia, Anestesiol­ogia e Dermatolog­ia.

O representa­nte da Ordem dos Médicos de Angola, no Bié, reconheceu que foram criadas condições especiais para casos de Covid-19.

No Bié, a Ordem dos Médicos de Angola controla 83 médicos, dos quais 30 estrangeir­os e 53 nacionais.

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