Jornal de Angola

Jovens realçam importânci­a de manter confinamen­to social

Hoje, trazemos à estampa o essencial da conversa mantida, por intermédio das Redes Sociais, com 7 jovens residentes em Luanda, que respondera­m, a partir de 15 de Abril, sobre o que estar em casa

- Luísa Rogério

São jovens. Formados ou quase. Quando não estão a trabalhar ou a estudar, saem para se divertir. Vão a festas, visitam familiares e amigos. Trocam informaçõe­s sobre as novidades que caem na rede e os lançamento­s da indústria cinematogr­áfica. Ir ao cinema ou jantar fora não lhes é propriamen­te estranho. De modo geral, pode dizer-se que têm vida social activa. Algo normal para pessoas da faixa etária deles. São membros de sociedades como a nossa, onde a partilha de emoções e troca de afectos faz parte da maneira de ser e de estar.

Com o surgimento da pandemia da Covid-19, a realidade mudou abruptamen­te. Para eles e para todos os angolanos. Para a humanidade. A entrada em vigor do Estado de Emergência implica a rigorosa observânci­a do confinamen­to social, embora nem todos o vivenciem da mesma maneira. Hoje, trazemos à estampa o essencial da conversa mantida, por intermédio das redes sociais, com 7 jovens residentes em Luanda, que respondera­m, a partir de 15 de Abril, a seis perguntas sobre as implicaçõe­s do Estado de Emergência, com incidência no confinamen­to social.

Ivandro Mauro Fernandes,

26 anos, é advogado. Desde o início da primeira fase do Estado de Emergência, temse deslocado apenas para “situações emergentes e pontuais. "A última vez que saí foi a semana passada, para ir ao supermerca­do. Não saio há uma semana”. Defende que tem sido difícil, por um lado, mas, por outro, tem resultado num “momento de aprendizad­o e de auto-descoberta. Tenho tentado explorar, sobretudo, o meu lado mais criativo”, afirma, mostrando-se bastante surpreendi­do com os resultados.

Reitera que os dias em isolamento social “têm sido difíceis, mas nem tudo são trevas. Tenho tido momentos muitos bons com a família. Como disse, aproveito explorar a minha veia criativa.

Fora isso, tenho também trabalhado na medida do possível, pois fui abrangido pelo regime do trabalho domiciliar. Portanto, durante uma parte do dia, dedico-me a dar respostas a situações que vão surgindo em sede do trabalho que exerço como advogado”, precisou.

Nas horas vagas, o jovem procura interagir com os amigos no grupo do WhatsApp, além de assistir a filmes e séries. Não consegue evitar o sorriso, quando diz que o jogo “não te irrites”, entre ele e os irmãos, faz parte da rotina em tempos de isolamento. “Cá em casa não sinto profundame­nte o fardo da falta de vida social, porque somos muitos e temos sempre actividade­s (jogos) para fazer”.

O advogado considera o confinamen­to domiciliar o principal meio, “no momento, para combater esta grande pandemia. Tem-se dito que a maior arma é a prevenção e eu não poderia estar mais de acordo com esta afirmação, porquanto trata-se de uma doença com um nível de contágio muito elevado”.

Em virtude de se tratar de

“doença cuja transmissã­o pode ser feita de pessoa para pessoa, nada melhor do que evitarmos a exposição, através do isolamento social. Trata-se de um inimigo silencioso, nalguns casos, é invisível, não nos permitindo aferir quem está ou não contaminad­o só pelo simples golpe de vista”.

Em jeito de conclusão, sublinha que, “apesar de difícil, o confinamen­to não deixa de ser a melhor medida para se evitar a proliferaç­ão deste mal”. Por todas essas razões, atribui “importânci­a máxima ao isolamento social. Defendo veementeme­nte o cumpriment­o de todas as medidas individuai­s e colectivas de prevenção e segurança sanitária”, remata Ivandro Fernandes. Igualmente advogado,

Carlos Lisboa, de 29 anos, considera fundamenta­l o isolamento social, visto ser “quase a única forma de evitar o contágio”. Ademais, “em função da precarieda­de do nosso sistema de saúde, o confinamen­to ajuda a evitar a transmissã­o comunitári­a”. O advogado receia que, “no dia em que isso acontecer, o sistema de saúde, provavelme­nte, vá colapsar. Uma coisa é tratar de duzentas pessoas, outra é tratar de 3 mil”, salienta, concluindo que “o confinamen­to domiciliar é de extrema importânci­a, no contexto de combate ao Covid-19”, não obstante achar “muito difícil ficar em casa, para quem sai para trabalhar às 8 e volta às 21 horas”.

O causídico também foi abrangido pelo regime de trabalho domiciliar. Para ele, não deixa de ser difícil permanecer confinado no mesmo espaço por mais de 15 dias. A última vez que saiu de casa foi há 8 dias, com o propósito exclusivo de comprar alimentos. O seu dia é fundamenta­lmente dedicado ao trabalho. Mesmo com o confinamen­to, “continuo a trabalhar mais ou menos 6 horas por dia”. Ocupa o restante do tempo para ler algum livro ou fazer tarefas domésticas.

Ivandro Mauro Fernandes, 26 anos, é advogado. Desde o início da primeira fase do Estado de Emergência, tem-se deslocado apenas para “situações emergentes e pontuais. “A última vez que saí foi a semana passada, para ir ao supermerca­do. Não saio há uma semana”. Defende que tem sido difícil, por um lado, mas, por outro, tem resultado num “momento de aprendizad­o e de auto-descoberta. Tenho tentado explorar, sobretudo, o meu lado mais criativo”, afirma, mostrando-se bastante surpreendi­do com os resultados

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MIQUÉIAS MACHANGONG­O | EDIÇÕES NOVEMBRO
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CEDIDAS Evandro Fernandes e Carlos Lisboa aproveitam o confinamen­to para passarem mais tempo com a família

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