Ramadão com restrições
muçulmana da Guiné-Bissau iniciou, sextafeira, o período de jejum durante 30 dias, numa altura em que o país é confrontado com medidas restritivas de circulação de pessoas devido à pandemia provocada pelo novo coronavírus.
Bubabar Djaló, presidente da União Nacional dos Imames (líderes religiosos muçulmanos) da Guiné-Bissau, pediu ao Governo para permitir, por exemplo, que seja autorizado ao 'muezim', que anuncia em voz alta a hora da reza na mesquita, “alertar os fiéis para a hora de início e o fim do jejum”.
Um outro imame, Alfucene Banjai, lembrou aos fiéis muçulmanos que podem continuar a fazer as orações diárias nas residências, sem se deslocarem às mesquitas, conforme determinaram as autoridades políticas. O presidente dos imames guineenses afirmou que o jejum no Ramadão deste ano será diferente, o que não afecta o espírito dos muçulmanos. “Devemos aumentar, intensificar as nossas orações neste período, apelando à misericórdia de Alá no combate a esta doença que afecta a humanidade”, declarou Bubacar Djaló.
Parte da comunidade muçulmana guineense deve iniciar hoje o jejum do Ramadão.
O imame Alfucene Banjai defendeu que não deve haver dúvidas quanto ao facto de hoje ser o primeiro dia do Ramadão na Guiné-Bissau.
O calendário muçulmano é orientado pela lua. Tem 12 meses que podem variar entre 29 ou 30 dias ao longo de um ano. O Ramadão é o nono mês do calendário muçulmano no qual os fiéis são obrigados a praticar o jejum, cumprindo, assim, o segundo dos cinco pilares da religião islâmica. O jejum consiste em abstinência total de comer, beber, fumar, praticar sexo e actividades lúdicas.
Durante o jejum, que vai do nascer ao pôr-do-sol, o muçulmano deve rezar, visitar parentes, doentes, apoiar os necessitados, bem como ler o Corão.