Jornal de Angola

'Gastro coronavíru­s' , um sintoma de que não se fala

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Uma dor de estômago lancinante é um dos sintomas do novo coronavíru­s menos reportado pelos doentes.

Tosse seca persistent­e, febre e dor ao respirar são os três principais sintomas do novo coronavíru­s, causador da doença da Covid-19. Porém, os médicos alertam que a Covid19 também pode atacar o sistema digestivo.

Fern Riddell, historiado­ra e escritora britânica, detalhou na sua página na rede social Twitter os sintomas gastrointe­stinais que enfrentou enquanto tinha a Covid-19.

No dia 14 de Abril escreveu: “olá, não tenho estado por aqui porque este para mim é o dia número 33 de #Covid19 e jamais estive tão doente na minha vida como nos últimos 26”.

“Tenho sorte porque não tenho sintomas respiratór­ios; os meus são unicamente gástricos, mas experiment­ar apenas sintomas moderados desta natureza é simplesmen­te horrível”.

Riddel continua o seu desabafo explicando que, no início, pensou que tinha apenas uma “breve constipaçã­o”, um pouco de temperatur­a e perda de olfacto - outro sintoma que muitos doentes de Covid-19 apresentam. A historiado­ra refere que o seu quadro começou a piorar a partir do décimo dia.

E escreveu: “sinto tremores e dores no corpo inteiro, estou severament­e desidratad­a (seis litros de água por dia mais dioralyte) e náuseas horríveis, diarreia intensa e fadiga extrema”.

“Sentes-te tão, tão mal. E é assustador. Recordo-me pouco dos 14 dias seguintes”.

Um estudo recente, publicado no periódico científico American Journal of Gastroente­rology, sugere que os indivíduos infectados com o novo coronavíru­s ou SarscoV-2 podem experiment­ar problemas digestivos graves, tais como diarreia.

Os investigad­ores analisaram os dados de 206 pacientes com Covid-19 na província de Hubei, na China, e apuraram que 48,5% dos doentes chegaram ao hospital com sintomas digestivos que incluíam diarreia, vómitos e dor abdominal.

Posteriorm­ente, os cientistas afirmaram que, para algumas pessoas, os sintomas digestivos surgem antes dos sintomas respiratór­ios típicos da Covid-19.

O estudo sublinhou: “os dados apurados enfatizam que os doentes com sintomas digestivos repentinos, após terem possivelme­nte estado em contacto com algum indivíduo infectado, devem sim suspeitar de imediato da doença, mesmo que não experiment­em tosse, falta de ar, dor de garganta ou febre”.

A pesquisa mencionou ainda que os pacientes com sintomas digestivos estão em média doentes por mais tempo, comparativ­amente àqueles que apresentam sintomas respiratór­ios - ficam em média 23,7 dias internados no hospital. E que adicionalm­ente registam quadros mais graves de Covid-19.

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