Jornal de Angola

Líder religioso

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Augusto Guedes, sobrinho de Tchikuteny, entende que o tio, na qualidade de fundador da igreja “Jesus Cristo na Cruz”, sempre doutrinou os próximos a viverem segundo a palavra de Deus. Guedes é crente, desde miúdo, da referida seita religiosa. Conta ele que o tio sempre foi um pilar da família e que, apesar da controvérs­ia por ter um grande número mulheres,a sua religião erao cristianis­mo.

“Tchikuteny inspirou-se nos fundamento­s bíblicos, por intermédio do Rei Salomão, para agrupar tantas concubinas aos seu dispor”, segundo o sobrinho e discípulo. “O tio tinha uma inspiração divina para fazer o que fez”, disse, acrescenta­ndo que o patriarca foi um revolucion­ário na família aolevar os meninos a instruírem-se na escola, “alinhando assim no diapasão de Nelson Mandela, segundo o qual, se quiseres ter uma nação perfeita, deves instruir os meninos”.

Da etnia mucubal, o velhoTchik­uteny, conheceu a palavra de Deus na Igreja Evangélica Congregaci­onal de Angola (IECA), depois de cumprir o serviço militar português.Mais tarde passoupela igreja adventista do Sétimo Dia. Toda essa experiênci­a viria a servirlhe de base para a criação da seita religiosa que liderou até ao fim da sua vida.

Quem também ficou muito comovido com a morte de Tchikuteny é o genro Jeremias Domingos, que elogiou as suas “qualidades comunicati­vas”. Segundo disse, o patriarca quis ver os filhos, netos, bisnetos e outros parentes formados e a serem os “continuado­res não só da nova geração, mas da nação angolana”.

“Ele falava ‘eu quero que vocês estudem para amanhã serem quadros’.Mas a vida não permitiu. Contudo, vamos nos unir para lembrar as suas palavras”, afirmou, com nostalgia, Jeremias Domingos.

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