Líder do Madem G 15 apoia a posição da CEDEAO
Braima Camará, líder da segunda força política na Guiné-Bissau, aplaudiu a posição da CEDEAO em relação à crise política no país, no mesmo dia em que começou a comemoração do Ramadão, este ano com bastantes restrições
O líder do Movimento para a Alternância Democrática da Guiné-Bissau (MademG15), Braima Camará, disse, ontem, ter registado com “bastante satisfação” a posição da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental, que reconheceu Umaro Sissoco Embaló como Presidente do país.
“O Madem-G15 congratula-se com este clarividente posicionamento da CEDEAO por traduzir não só o respeito escrupuloso da vontade soberana do povo guineense expressa de forma livre e democrática nas urnas, nas últimas eleições presidenciais”, mas também por demonstrar o compromisso da organização com os “valores da liberdade, justiça eleitoral e do Estado de direito democrático”, disse, em comunicado, Braima Camará, citado pela Lusa.
O Madem-G15, o segundo partido mais votado, apoiou Umaro Sissoco Embaló nas eleições presidenciais da Guiné-Bissau. No comunicado, o líder do Madem-G15 criticou, também, o candidato às presidenciais Domingos Simões Pereira, considerando que teve uma “postura antidemocrática”, que “desacreditou” a Comissão Nacional de Eleições (CNE) “e fragilizou” o Supremo Tribunal de Justiça.
A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) reconheceu, quinta-feira, Umaro Sissoco Embaló como vencedor da segunda volta das eleições presidenciais da Guiné-Bissau e pediu a formação de um novo Governo até 22 de Maio.
Na sequência do anúncio da CEDEAO, a União Europeia elogiou a decisão da organização sub-regional africana por ter resolvido o impasse que persistia no país. O Primeiro-Ministro português, António Costa, também saudou o reconhecimento internacional de Umaro Sissoco Embaló como Presidente guineense, subscrevendo a posição da CEDEAO, apesar de a vitória nas presidenciais ainda ser contestada.
A Guiné-Bissau tem vivido, desde o início do ano, mais um período de crise política, depois de Sissoco Embaló, dado como vencedor das eleições pela CNE, se ter auto-proclamado Presidente do país, apesar de decorrer no Supremo Tribunal de Justiça um recurso de contencioso eleitoral apresentado pela candidatura de Domingos Simões Pereira. O líder do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), não aceitou a derrota na segunda volta das presidenciais de Dezembro.
Umaro Sissoco Embaló tomou posse numa cerimónia dirigida pelo vice-presidente do Parlamento, Nuno Nabian, que acabou por deixar aquelas funções, para assumir a liderança do Governo nomeado pelo autoproclamado Presidente. O Governo demitido por Umaro Sissoco Embaló, do PrimeiroMinistro Aristides Gomes (PAIGC), mantém o apoio da maioria no Parlamento da Guiné-Bissau.