A Covid-19, as empresas e os trabalhadores
A pandemia de Covid-19 é geradora da paralisia total ou parcial de muitas empresas no mundo, atirando para o desemprego milhões de trabalhadores, cujos patrões têm problemas de tesouraria para honrar os compromissos ao nível de pagamento de salários.
Muitos Estados, apercebendo-se de que a Covid-19 iria provocar uma crise económica, apressaram-se a aprovar orçamentos para os afectar à resolução dos problemas decorrentes da contracção económica provocada pela pandemia.
Muitas são as soluções encontradas pelos governos para mitigar os problemas económicos e sociais causados pela Covid-19, de modo a garantir a satisfação por parte das famílias de necessidades imediatas.
O momento que se vive hoje no mundo, com a emergência da pandemia, é extraordinário, pelo que os governos estão a enveredar pela tomada de medidas extraordinárias, procurando pontos de equilíbrio entre os interesses das entidades patronais e os dos trabalhadores.
É claro que nem sempre é fácil chegar a acordos, mas todos têm percebido que a fase que atravessamos é excepcional e temporária, pelo que devem todos consentir sacrifícios.
Os Estados não estavam preparados para uma pandemia da dimensão da Covid19, não possuindo pois recursos suficientes para acudir a muitos problemas colocados pelas empresas e pelas famílias. O que muitos governos estão a fazer é encontrar as soluções possíveis, de modo a minorar o sofrimento das pessoas.
Nestes tempos marcados por duas crises, sanitária e económica, temos de ser solidários uns com os outros, porque , como já disse o Papa Francisco, "estamos todos no mesmo barco."
Os trabalhadores são a parte mais fraca numa relação jurídico-laboral, pelo que faz sentido que os Estados estejam, com a injecção de liquidez em empresas, a salvaguardar o pagamento de salários, num esforço financeiro necessário.
O mais importante é resolver com urgência o problema das pessoas que estejam eventualmente a trabalhar em empresas sem capacidade financeira para pagar salários. É necessário que, no nosso país, os incentivos do Estado destinados às empresas, para estas mitigarem os seus problemas de tesouraria e, consequentemente, assegurarem o pagamento de salários, devem ser dados com celeridade, uma vez que são muitas as famílias que precisam de rendimentos, para fazerem despesas de diversa natureza.
Vale a pena transcrever algumas palavras proferidas pelo secretário-geral da UNTA Confederação Sindical, Manuel Viage, a propósito das medidas preconizadas pelo Estado para resolver alguns problemas das nossas empresas, causados pela Covid-19.
Disse Manuel Viage que "se as medidas preconizadas não forem implementadas, teremos empresas encerradas , famílias a padecerem e muito desemprego. As medidas são para proteger as empresas. Daí que o próprio Estado é um dos principais interessados na manutenção da vida das empresas, porque são actores fulcrais no funcionamento da economia."