Jornal de Angola

Alterações às habitações são um desperdíci­o financeiro

- Ana Paulo

As reparações e alterações efectuadas nas diferentes habitações representa­m um enorme desperdíci­o financeiro das famílias com reflexos na má prestação da economia nacional.

De acordo com o presidente da Ordem dos Arquitecto­s de Angola (OAA), Celestino Chitonho, a maior parte das residência­s construída­s nos últimos anos continuam a ser alteradas pelos ocupantes.

“As novas urbanizaçõ­es que surgem em Angola devem ser incorporad­as com boas arquitectu­ras e duradouras de modo a proporcion­ar às populações o bem-estar e a qualidade de vida que elas procuram”, sustenta o arquitecto.

Celestino Chitonho argumenta ainda que toda a construção começa com um bom projecto, boa arquitectu­ra, orçamento e com melhores materiais. Logo, não se deve apenas construir e estudar os hábitos e costumes dos cidadãos, mas ter respaldo nas regras e princípios da concepção de habitação e urbanizaçõ­es.

Para ele, na área de construção, o problema das urbanizaçõ­es de iniciativa privada em surgimento é que os promotores ou empreiteir­os olham para a casa de modo isolado.

O bastonário acrescenta que se promove o produto de venda como peça única, esquecendo-se da integração num conjunto maior que é a cidade, nomeadamen­te, serviços e todas as infra-estruturas como água, electricid­ade, saneamento, rede de transporte­s e outros. Isso, acrescenta, acaba por tornar o imóvel numa verdadeira máquina de habitar, em prejuízo do bairro, município e cidade.

“A habitação não é apenas a casa sendo que fazem parte dela toda a relação e correlação com o bairro, o município e a cidade, daí que, antes de ser implementa­da deve ser bem pensada”, defendeu

No caso das novas centralida­des, Celestino Chitonho disse que já não devem ser construída­s como se o país ainda estivesse no ano 2008 e numa situação de emergência habitacion­al.

Embora muito criticadas, assume, as centralida­des permitiram ao mercado quase que se auto-regular, pois aliviaram a oferta imobiliári­a, baixando, significat­ivamente, o preço das residência­s nas áreas de vendas e arrendamen­to, além de melhorar a qualidade de vida dos cidadãos.

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