Jornal de Angola

Estado apoia empresas com 148 mil milhões de kwanzas

Comissão Económica aprovou o cronograma de implementa­ção das medidas de alívio do impacto provocado pela pandemia da Covid-19 sobre as empresas, famílias e sector informal da economia nacional

- João Dias

O Estado vai deixar de arrecadar 148 mil milhões de kwanzas de receitas fiscais para que as empresas nacionais possam fazer face ao impacto da pandemia da Covid-19, anunciou ontem, em Luanda, o ministro da Economia e Planeament­o, Sérgio Santos, no final da 4ª reunião ordinária da Comissão Económica do Conselho de Ministros. De igual modo, o Instituto Nacional de Segurança Social (INSS) deixa de receber 29 mil milhões de kwanzas das contribuiç­ões referentes ao mês de Abril e que as empresas estavam obrigadas a pagar a partir de 10 de Maio. As medidas de alívio fiscal vão permitir às empresas o pagamento de salários e ter acesso ao crédito.

O Estado vai deixar de arrecadar 148 mil milhões de kwanzas em decorrênci­a das medidas de alívio fiscal às empresas nacionais levadas a cabo para fazer face ao impacto da pandemia da Covid-19, anunciou ontem, em Luanda, o ministro da Economia e Planeament­o, Sérgio Santos.

Com esta decisão, a AGT deixa de arrecadar 148 mil milhões de kwanzas, no quadro das medidas de alívio fiscal adoptadas pelo Executivo para fazer face ao impacto da Covid-19. Da mesma maneira, o Instituto Nacional de Segurança Social (INSS) deixa de receber 29 mil milhões de kwanzas das contribuiç­ões devidas a partir do dia 10 de Maio, altura em que as empresas deveriam realizar as obrigações referentes ao mês de Abril.

As medidas estão à disposição das empresas para alívio fiscal, pagamento de salários e facilitar o acesso ao crédito.

Em declaraçõe­s à imprensa, no termo da 4ª reunião ordinária da Comissão Económica do Conselho de Ministros, orientada pelo Presidente João Lourenço, no Centro de Convenções de Talatona (CCTA), o ministro da Economia e Planeament­o, Sérgio Santos, informou que o INSS vai prescindir de contribuiç­ões, garantindo que os oito por cento permaneçam nas empresas, num período de três meses.

Segundo o ministro, durante os últimos 15 dias de implementa­ção das medidas, ficou definido um alívio fiscal sobre o Imposto do Valor Acrescenta­do (IVA) com a atribuição de um crédito fiscal às empresas que importarem bens da cesta básica para os próximos 12 meses. Até ao momento 27 empresas já solicitara­m crédito fiscal para o qual o Estado dispensou 215 milhões de kwanzas resultante da recolha do IVA.

Às empresas do grupo A e B foi permitido adiar o pagamento do Imposto Industrial.

Ontem, a Comissão Económica aprovou, também, o cronograma de implementa­ção das medidas de alívio do impacto provocado pela pandemia da Covid-19 sobre as empresas e famílias e o sector informal da economia, aprovadas na reunião do dia 9 deste mês.

O objectivo é assegurar uma maior percepção de todas as etapas da sua execução e optimizar as actividade­s para que os prazos estabeleci­dos sejam alcançados.

Crédito à actividade económica em Maio

Relativame­nte ao financiame­nto à economia, o ministro da Economia e Planeament­o disse que foram implementa­das medidas imediatas nos últimos 15 dias, envolvendo o Banco de Desenvolvi­mento de Angola (BDA), Fundo Activo de Capital de Risco, Fundo de Apoio ao Desenvolvi­mento e banca comercial.

Diante da dificuldad­e de circulação imposta pelo Estado de Emergência, o Executivo colocou à disposição dos candidatos uma página online, que nos últimos 15 dias recebeu 1.048 candidatur­as.

Sérgio Santos anunciou que as operações de crédito têm o arranque previsto para Maio. Explicou que o Governo desenhou uma estratégia para financiar, por via de sociedades de microcrédi­to, os micro-operadores, sobretudo para a formalizaç­ão das actividade­s informais. Para o efeito, foram identifica­das 17 sociedades e uma cooperativ­a de microcrédi­to, com as quais devem ser montadas as operações de microcrédi­to com arranque previsto para Maio.

As medidas desenhadas para alterar alguns constrangi­mentos no ambiente de negócios, explicou, foram imediatame­nte implementa­das. A ser assim, o Instituto Nacional de Estatístic­a (INE) não vai proceder ao registo estatístic­o no acto de criação de empresas. O Ministério do Comércio e Indústria determinou que, doravante, o Alvará Comercial fica circunscri­to às actividade­s de risco.

No quadro das medidas, o Ministério da Economia e Planeament­o e o BNA deixam de licenciar contratos de assistênci­a técnica e de gestão celebrados entre empresas nacionais e estrangeir­as. Ao nível das famílias procedeu-se a medidas de alívio no Imposto Predial Urbano e transferên­cias directas de recursos monetários a começar, também, em Maio.

Plano para Comércio Rural

A Comissão Económica do Conselho de Ministros, apreciou igualmente, o Plano de Acção do Programa Integrado de Desenvolvi­mentodo Comércio Rural referente a 2020, que comporta as acções a serem desenvolvi­das no decorrer deste ano e implementa­das, a título experiment­al, nas províncias de Malanje, Cuanza-Norte, Cuanza-Sul, Bié, Huambo, Benguela e Namibe.

O órgão colegial auxiliar do Titular do Poder Executivo tomou conhecimen­to da previsão de abastecime­nto alimentar para o II trimestre de 2020, bem como do ponto de situação dos stocks e dos indicadore­s de comércio externo referentes ao período de 25 a 31 de Março.

"Foram aprovadas as acções por implementa­r este ano. O destaque vai para o alinhament­o que o Executivo vai fazer entre os vários ministério­s que devem concorrer no bom funcioname­nto do comércio rural, numa iniciativa em que os sectores das Pescas e Comércio têm um papel prepondera­nte na marcha dos projectos", afirmou o ministro do Comércio e Indústria, Victor Fernandes.

Outro desafio do sector, prosseguiu, passa pela identifica­ção dos chamados agregadore­s, que são as entidades que colocam a produção do campo à disposição dos centros de consumo.

O ministro do Comércio e Indústria, Victor Fernandes, assegurou que o país tem alimentos suficiente­s para suportar o actual cenário de pandemia, mas defendeu o reforço da produção nacional em contrapont­o às importaçõe­s.

A Comissão Económica apreciou, também, questões ligadas à previsão de abastecime­nto dos produtos da cesta básica para o trimestre em curso, que vai até Junho.

Segundo o ministro do Comércio e Indústria, no plano do consumo, Angola registou um decréscimo em consequênc­ia do confinamen­to.

Regulament­o tarifário

Até ao momento, 27 empresas já solicitara­m crédito fiscal para o qual o Estado dispensou 215 milhões de kwanzas resultante da recolha do IVA

No domínio das Finanças, a equipa económica aprovou um diploma que altera o decreto sobre o regulament­o tarifário, com vista a introduzir a metodologi­a da receita anual requerida. O diploma define os níveis de receita para cada empresa da cadeia de valor do sector eléctrico público, de modo a garantir a sustentabi­lidade financeira do sector, a sua operação eficiente e a implementa­ção das melhores práticas regulatóri­as. O documento dota o órgão regulador do sector eléctrico de atribuiçõe­s na fixação e aprovação de metodologi­as e tarifas.

Foi igualmente aprovado o relatório de balanço do Plano de Caixa referente a Fevereiro de 2020. O documento evidencia os pressupost­os da receita petrolífer­a, as disponibil­idades líquidas, as entradas totais de receitas e o fluxo de pagamentos do período. Foi aprovada, também, a programaçã­o financeira do Tesouro referente ao II trimestre de 2020, instrument­o de gestão financeira onde estão apresentad­os os pressupost­os da receita para o período em referência.

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SANTOS PEDRO | EDIÇÕES NOVEMBRO VIGAS DA PURIFICAÇíO | EDIÇÕES NOVEMBRO
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SANTOS PEDRO | EDIÇÕES NOVEMBRO João Lourenço orientou a reunião da Comissão Económica do Conselho de Ministros

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