Huíla e Huambo voltam a estar ligadas por estrada
A circulação rodoviária entre os municípios de Caconda e Caluquembe, província da Huíla, interrompida há duas semanas, foi reposta segunda-feira, com a construção de uma passagem alternativa sobre o rio Yumbi, que separa as duas localidades.
De acordo com o administrador municipal de Caconda, Joaquim Tyova, dada a importância da via para a economia das famílias e do empresariado agro-pecuário da região, a administração e uma empresa local juntaram duas manilhas de grande porte que depois foi terraplanada, restabelecendo assim as trocas comerciais e o escoamento da produção agrícola do campo para os mercados de consumo.
Explicou que a solução alternativa, sem quaisquer custos para os cofres do Estado, vai substituir a ponte que desabou no passado dia 12 de Abril, em consequência das fortes chuvas que se abatem sobre a província, comprometendo igualmente a circulação entre a Huíla e o Huambo, visto que este é um dos troços mais importantes de ligação entre as duas regiões. A implantação do sistema alternativo para a passagem de água do rio Yumbi permitiu reatar a circulação provisória de veículos ligeiros no troço rodoviário entre a Huíla e Huambo, na Estrada Nacional 120.
O governador da Huíla, Luís Nunes, garantiu, durante a visita que efectuou ao local, que as autoridades provinciais vão financiar a construção de uma ponte definitiva de betão, tão logo termine o período de Estado de Emergência, e devolver segurança e estabilidade ao trânsito automóvel naquela importante região agrícola.
Os utentes da via estão satisfeitos com a reposição da circulação, mas estão cépticos quanto à durabilidade da solução encontrada, porque esta foi a terceira vez que a ponte desabou em períodos muito curtos, pelo que recomendam a construção de uma ponte definitiva. Consideraram incalculáveis os prejuízos causados, sobretudo para os operadores de transporte de carga, uma vez que só tinham duas alternativas, fazer o transbordo de carga e passageiros ou então dar à volta passando por Benguela, Huíla-Huambo ou vice-versa.
Artur Quental, camionista, disse que tendo em conta o valor económico que a ponte sobre o rio Yumbi representa, havia a necessidade urgente da reposição, porque o município de Caconda esteve durante duas semanas isolado do resto da província, sublinhando que a administração deve continuar a trabalhar para a construção de uma ponte definitiva e deixar de lado as obras paliativas de curta duração.
A interrupção do trânsito automóvel entre Caconda e Caluquembe provocou o encarecimento dos principais produtos da cesta básica e dos combustíveis, porque aquela é a única ligação por terra que se tem com o Lubango, a capital da província da Huíla.
O município de Caconda dista 233 quilómetros a norte do Lubango e tem uma população estimada em 190 mil habitantes que, tradicionalmente, se dedica à agricultura familiar e à criação de gado.