Lubango regressa ao frenesim que lhe é característico
Os locais de referência obrigatória da cidade do Lubango, capital da província da Huíla, registaram, nos dois primeiros dias de entrada em vigor das prerrogativas conferidas às 17 províncias pelo actual estado de emergência, um movimento considerável de pessoas e viaturas ligeiras.
Figuram entre os principais motivos do frenesim registado, por um lado, a reabertura de várias empresas de prestação de bens e serviços, nomeadamente estabelecimentos comerciais de venda de materiais de construção civil, vestuário, casas de câmbio, alguns mercados informais, entre outros.
Ontem, por exemplo, observou-se, no período da manhã, um número considerável de vendedores informais e clientes a caminhar em direcção ao maior mercado paralelo da urbe, Mutundo, dada a incapacidade dos serviços de táxis e autocarros públicos satisfazerem a demanda, por força também das restrições impostas no número de passageiros a transportar. O facto preocupante é que, apesar das vantagens proporcionadas pela actual conjuntura, a maioria dos lubanguenses continua a circular nas avenidas, estabelecimentos públicos e privados e outros locais, sem obedecer às regras de prevenção do contágio da Covid-19.
Importa realçar que o uso de máscaras, distanciamentos entre as pessoas, nalgumas artérias da urbe, ainda continua a ser ignorado por vários cidadãos. Na concorrida rua Pinheiro Chagas, onde estão concentrados diversos bancos, empresas de seguros, clínicas, farmácias e outros, a Polícia Nacional recorre várias vezes ao megafone para lembrar aos transeuntes que o actual momento exige a permanência em casa e só deve haver circulação de pessoas por força maior.
“Quem não estiver escalado no seu local de trabalho ou tiver uma emergência comprovada, deve ficar em casa”, aconselhava o agente da ordem, tendo apontado os vendedores de telemóveis e respectivos acessórios, de frutas e engraxadores a abandonarem imediatamente os locais que ocupavam.
Alguns populares contactados pelo Jornal de Angola, reagiram com satisfação à abertura concedida às províncias, por enquanto sem casos de Covid-19, por favorecer a reactivaçãodos serviços essenciais à vida dos habitantes. João Alberto, 25 anos, mestre de obra da empresa que está a requalificar as avenidas das terras da Chela, enalteceu o feito “por se encontrar já sem recursos para o sustento da família”. Segundo ele, permanecendo em casa só com os filhos, os gastos passam a ser maiores.
“Voltamos ao trabalho, mas observando todas as regras de prevenção da pandemia, porque não estamos interessados em sermos contaminados e levar a doença para casa e nas famílias”.