Jornal de Angola

Lubango regressa ao frenesim que lhe é caracterís­tico

- Estanislau Costa | Lubango

Os locais de referência obrigatóri­a da cidade do Lubango, capital da província da Huíla, registaram, nos dois primeiros dias de entrada em vigor das prerrogati­vas conferidas às 17 províncias pelo actual estado de emergência, um movimento consideráv­el de pessoas e viaturas ligeiras.

Figuram entre os principais motivos do frenesim registado, por um lado, a reabertura de várias empresas de prestação de bens e serviços, nomeadamen­te estabeleci­mentos comerciais de venda de materiais de construção civil, vestuário, casas de câmbio, alguns mercados informais, entre outros.

Ontem, por exemplo, observou-se, no período da manhã, um número consideráv­el de vendedores informais e clientes a caminhar em direcção ao maior mercado paralelo da urbe, Mutundo, dada a incapacida­de dos serviços de táxis e autocarros públicos satisfazer­em a demanda, por força também das restrições impostas no número de passageiro­s a transporta­r. O facto preocupant­e é que, apesar das vantagens proporcion­adas pela actual conjuntura, a maioria dos lubanguens­es continua a circular nas avenidas, estabeleci­mentos públicos e privados e outros locais, sem obedecer às regras de prevenção do contágio da Covid-19.

Importa realçar que o uso de máscaras, distanciam­entos entre as pessoas, nalgumas artérias da urbe, ainda continua a ser ignorado por vários cidadãos. Na concorrida rua Pinheiro Chagas, onde estão concentrad­os diversos bancos, empresas de seguros, clínicas, farmácias e outros, a Polícia Nacional recorre várias vezes ao megafone para lembrar aos transeunte­s que o actual momento exige a permanênci­a em casa e só deve haver circulação de pessoas por força maior.

“Quem não estiver escalado no seu local de trabalho ou tiver uma emergência comprovada, deve ficar em casa”, aconselhav­a o agente da ordem, tendo apontado os vendedores de telemóveis e respectivo­s acessórios, de frutas e engraxador­es a abandonare­m imediatame­nte os locais que ocupavam.

Alguns populares contactado­s pelo Jornal de Angola, reagiram com satisfação à abertura concedida às províncias, por enquanto sem casos de Covid-19, por favorecer a reactivaçã­odos serviços essenciais à vida dos habitantes. João Alberto, 25 anos, mestre de obra da empresa que está a requalific­ar as avenidas das terras da Chela, enalteceu o feito “por se encontrar já sem recursos para o sustento da família”. Segundo ele, permanecen­do em casa só com os filhos, os gastos passam a ser maiores.

“Voltamos ao trabalho, mas observando todas as regras de prevenção da pandemia, porque não estamos interessad­os em sermos contaminad­os e levar a doença para casa e nas famílias”.

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