Jornal de Angola

Juiz ordena inquérito contra Jair Bolsonaro

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Um juiz do Supremo Tribunal Federal do Brasil determinou, segunda-feira à noite, a abertura de um inquérito para investigar as acusações de interferên­cia em processos judiciais contra o Presidente Jair Bolsonaro, feitas pelo ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro.

“A análise do pedido formulado pelo Senhor Procurador-Geral da República revela práticas alegadamen­te delituosas que teriam sido cometidas pelo senhor Presidente da República no contexto que as vincularia ao exercício do mandato presidenci­al, circunstân­cia essa que afastaria a possibilid­ade de útil invocação, pelo Chefe do Poder Executivo da União, da cláusula de ‘imunidade penal temporária’”, lê-se na decisão do juiz Celso de Mello, citada por vários órgãos de comunicaçã­o brasileiro­s.

Na mesma nota, Celso de Mello apontou que a Polícia Federal tem 60 dias para interrogar Sérgio Moro, ex-ministro da Justiça.

Em causa estão as declaraçõe­s feitas na manhã de sexta-feira por Sérgio Moro, que acusou o Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, de estar a fazer "interferên­cia política na Polícia Federal", na sequência da demissão do ex-chefe da Polícia Federal, Maurício Leite Valeixo, publicada em Diário Oficial da União.

Moro, que junto com as acusações apresentou a sua demissão, afirmou que Bolsonaro exonerou a liderança da Polícia Federal porque pretende ter acesso às investigaç­ões judiciais, algumas das quais envolvem os seus filhos ou aliados.

O ex-juiz declarou que o Presidente brasileiro lhe disse pessoalmen­te que queria mudar o chefe geral da Polícia Federal porque estava preocupado com investigaç­ões em curso no STF, que podem envolver os filhos ou aliados políticos, e queria ter acesso a relatórios sigilosos sobre investigaç­ões em curso.

Bolsonaro, por sua vez, negou a acusação de interferên­cia feita por Moro, disse que o delegado Valeixo foi exonerado porque pediu para deixar o cargo e frisou que é atribuição do Presidente do Brasil escolher quem deve ser o chefe da Polícia Federal.

O presidente da Câmara dos Deputados brasileira, Rodrigo Maia, defendeu, na segunda-feira, que a abertura de qualquer processo de destituiçã­o, como os protocolad­os contra o actual Chefe de Estado, precisa de ser "reflectida com muito cuidado".

"Os processos de "impeachmen­t"(destituiçã­o) e a possibilid­ade de abertura de uma Comissão Parlamenta­r de Inquérito (CPI) precisam ser pensados e reflectido­s com muito cuidado.

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DR Chefe de Estado brasileiro pode ser destituído

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