Poluição sonora é das principais causas de doenças profissionais
Centro de Segurança e Saúde no Trabalho realizou este ano 458 visitas a empresas, para avaliar os riscos e as condições postas à disposição dos trabalhadores
A poluição sonora ou ruído é a principal causa de doenças profissionais no local de trabalho, em Angola, no qual os trabalhadores estão expostos aos riscos, devido à intensidade do ambiente laboral acima dos 85 decibéis, revelou, ontem, em Luanda, a directora-geral do Centro de Segurança e Saúde no Trabalho (CSST).
Isabel Cardoso, que falava em entrevista ao Jornal de Angola, por ocasião do Dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho, assinalado ontem, disse que a instituição que dirige visitou, durante o corrente ano, 458 empresas para avaliar os riscos e as condições de segurança postas à disposição pelos empregadores.
Nas visitas efectuadas entre Janeiro e Março deste ano, o CSST identificou vários riscos, nomeadamente físicos, químicos, biológicos ou psicossociais, que são frequentes em ambiente laboral.
No decurso do primeiro trimestre deste ano, o CSST atendeu 90 empresas e 2.414 trabalhadores que efectuaram 5.041 exames, entre os quais de vigilância de saúde, de admissão periódica, demissão, retorno ao trabalho e reavaliações.
A directora do CSST lembrou que relativamente à pandemia da Covid-19, o Ministério da Saúde desenvolveu um plano de contingência com o objectivo de reduzir o risco de introdução e disseminação do vírus a nível das empresas.
“De acordo com a Lei Geral do Trabalho, é obrigação do empregador assegurar condições de segurança e saúde no trabalho, tendo em conta os princípios gerais da prevenção, bem como colaborar com as autoridades sanitárias
para a erradicação de epidemias ou situações endémicas locais”, disse Isabel Cardoso.
O Centro de Segurança e Saúde no Trabalho, com sede em Luanda, é um órgão tutelado pelo Ministério da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social.
Sob o lema “Travar a Pandemia: A Segurança e Saúde no Trabalho pode Salvar Vidas”, a data é comemorada todos os anos, em coordenação com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), em homenagem a todos os trabalhadores que perderam a vida, ficaram incapacitados, contraíram lesões ou doenças em resultado da sua actividade profissional. A OIT orienta as empresas a sensibilizarem e adoptarem
práticas seguras no local de trabalho, a fim de proteger os trabalhadores durante a actual crise e, a longo prazo, incluir a recuperação e a preparação futura.
Evolução da CSST no país
Isabel Cardoso informou que o número de empresas que têm procurado pelos serviços de segurança e saúde no trabalho tem crescido nos últimos tempos, fruto da divulgação e do trabalho que a Inspecção Geral do Trabalho realiza.
A Lei Geral do Trabalho, referiu, define a obrigação de realização de exames médicos para todos os trabalhadores, sendo os custos inerentes da responsabilidade do empregador.
Para este exercício são
realizados exames médicos de admissão, periódicos, de retorno ao trabalho após afastamento por doença ou acidente, exame de mudança de função e de demissão.
Os exames de saúde no trabalho são feitos de acordo com a exposição e contaminantes que cada trabalhador está sujeito no seu posto de trabalho ou à forma de organização da empresa.
O Centro de Segurança e Saúde no Trabalho (CSST) tem três unidades móveis, cada uma com capacidade para atender 50 pessoas, e mais de 70 quadros, entre técnicos administrativos, médicos, enfermeiros, técnicos de laboratório, RX, motoristas, pessoal de apoio e auxiliares de limpeza.