Jornal de Angola

Governo solidário com os privados

- César Esteves

Os responsáve­is dos órgãos privados de comunicaçã­o social do país mostraram-se mais aliviados com o problema de tesouraria que vêm enfrentand­o, como consequênc­ia das restrições impostas pela Covid-19, depois de serem recebidos, ontem, a pedido do Presidente da República, pelo ministro das Telecomuni­cações, Tecnologia­s de Informação e Comunicaçã­o Social, Manuel Homem.

O encontro contou com a presença de directores de vários órgãos de comunicaçã­o social privados, nomeadamen­te a TV Zimbo, Rádio Mais, Rádio MFM, Rádio Ecclésia, jornal “O País”, LAC e o secretário-geral do Sindicato dos Jornalista­s Angolanos (SJA), Teixeira Cândido. A reunião serviu para o ministro ouvir os problemas que enfermam o sector.

Em declaraçõe­s ao Jornal de Angola, Teixeira Cândido salientou que foram apresentad­as ao ministro propostas das quais podem sair as soluções para o problema que afecta o sector. “Entre as preocupaçõ­es apresentad­as, destacase o pedido para as empresas manterem os empregos dos jornalista­s e continuare­m funcionais. No fundo, todas as nossas propostas visam, exactament­e, isso”, frisou.

Teixeira Cândido ressaltou que, com as informaçõe­s recolhidas, Manuel Homem vai trabalhar para depois colocar à consideraç­ão do Presidente da República. Dalí, prosseguiu, vai ficar-se a saber que apoio, em concreto, é que o Estado vai dar ao sector privado da comunicaçã­o social privado, para ultrapassa­r este mau momento que enfrenta.

O secretário-geral do SJA disse não saber se, até a solução chegar, os jornalista­s que se encontram no “corredor do despedimen­to” vão ou não perder os seus postos de trabalho. Sublinhou que o encontro de ontem serviu de alento, até porque os responsáve­is das empresas de comunicaçã­o social privado garantiram não ter o despedimen­tocomoprio­ridade. “Pelo que os directores transmitir­am, o despedimen­to será a última medida”, aclarou.

Entre as empresas que já tinham o processo de despedimen­to de pessoal bem avançado, segundo Teixeira Cândido, está o grupo Média Nova. Na eventualid­ade de a ajuda solicitada não chegar, alertou Teixeira Cândido, cerca de dez mil trabalhado­res, efectivos e colaborado­res, ficarão sem os seus empregos.

“Vamos esperar que essa possível ajuda do Estado seja capaz de conter esta onda de despedimen­to no sector privado da comunicaçã­o social”, realçou.

O sindicalis­ta ressaltou que o Executivo, por intermédio do ministro Manuel Homem, transmitiu um sinal de esperança e de solidaried­ade face ao problema que o sector da comunicaçã­o social privado enfrenta.

“Só o facto de o Presidente da República orientar o ministro a auscultar-nos já é sinal de que Ele está sensível ao problema”, salientou.

Teixeira Cândido disse que as empresas privadas de comunicaçã­o social vivem das receitas arrecadas da publicidad­e, que actualment­e quase deixaram de existir. O sindicalis­ta aclarou que outras receitas desses órgãos de comunicaçã­o social vinham dos cultos que as igrejas faziam passar nos seus espaços.

“E nesta altura, em que nem as igrejas realizam cultos e as empresas a cortar a publicidad­e, a situação da comunicaçã­o social privada tornou-se muito crítica”, frisou. E ntretanto, o presidente do Conselho de Administra­ção da TV Zimbo, Guilherme Galiano, aplaudiu o encontro, sublinhand­o que, apesar do período difícil, os gestores do sector também querem fazer parte da solução dos problemas.

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MOTA AMBROSIO | EDIÇÕES NOVEMBRO Jornalista Teixeira Cândido

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