Jornal de Angola

Cidadãos nacionais têm facilitado imigração ilegal

- Armando Sapalo | Dundo

Muitos cidadãos nacionais estão a facilitar a tentativa de entrada de estrangeir­os em situação migratória ilegal no país, para a extracção, tráfico ilícito de diamantes e participaç­ão em actividade­s agrícolas, informou, quarta-feira, no Dundo, o comandante da 7ª Unidade da Polícia de Guarda Fronteiras na Lunda-Norte.

O superinten­dente-chefe Lourenço Filipe “Deia” disse que, desta forma, todas as restrições impostas no âmbito do Estado de Emergência com vista ao reforço das medidas preventiva­s à pandemia da Covid-19, estão a ser colocadas em causa, uma vez que os imigrantes ilegais contam com a ajuda dos chamados “comités de recepção”, organizado­s por cidadãos nacionais e estrangeir­os já fixados no país que conhecem as áreas com potenciali­dades diamantífe­ras.

O oficial da Polícia revelou que, só na madrugada de segunda-feira, efectivos da Polícia de Guarda Fronteira impediram a tentativa de entrada de mais de 250 cidadãos da República Democrátic­a do Congo (RDC ), a partir da Lunda-Norte.

“Todas as fronteiras estão encerradas no quadro do Estado de Emergência que o país observa como medida de prevenção ao novo coronavíru­s, mas, só para terem uma ideia, na madrugada desta segunda-feira, impedimos que 253 cidadãos da RDC entrassem no nosso país”, disse.

Lourenço Filipe afirmou que, nesse momento, além dos riscos de contaminaç­ão pelo novo coronavíru­s, a conivência de nacionais no auxílio e promoção à imigração ilegal constituem uma grande ameaça à economia e soberania do país.

A 7ª Unidade da Polícia de Guarda Fronteiras tem sob seu controlo 490 dos 770 quilómetro­s da extensão da linha que estabelece o limite entre os território­s de Angola e da RDC, a partir da Lunda-Norte , onde estão instalados três subunidade­s e 25 postos. Desde a entrada em vigência do Estado de Emergência, diariament­e há o registo de casos de tentativa de violação da fronteira.

“Nos últimos dias tem havido sempre tentativa de violação da fronteira por parte dos cidadãos da RDC, mas os nossos serviços operativos conseguem, em alguns casos, ter o controlo da situação” , afirmou o oficial, acrescenta­ndo que, dada à extensão e complexida­de da fronteira da Lunda-Norte, a unidade que dirige desenvolve apenas 40 por cento da sua actividade, devido ao reduzido número de efectivos.

Recentemen­te, disse, a unidade, foi reforçada com 50 efectivos da Polícia de Intervençã­o Rápida que, estão a ajudar na manutenção da segurança em alguns postos.

Os postos mais vulnerávei­s às violações de imigrantes ilegais são os das subunidade­s do município do Chitato.

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