Jornal de Angola

Ex-ministro de Estado retido por violar cerca sanitária

Forças de Defesa e Segurança detiveram, igualmente, o juiz da Comarca do Namibe, Januário Catengue, que se fazia transporta­r num camião de carga, na tentativa de deixar a capital do país

- Alberto Pegado e Manuela Gomes

O ex-ministro de Estado e chefe da Casa Civil do Presidente da República, Frederico Cardoso, foi retido, ontem, em Benguela, quando saía de Luanda, e obrigado a retroceder, por violar a cerca sanitária, declarou o porta-voz das Forças de Defesa e Segurança, Waldemar José.

O subcomissá­rio, que falava na conferênci­a de im-prensa de actualizaç­ão dos dados da Covid-19, disse que, ainda ontem, foi também retido o juiz de Direito da Comarca do Namibe, Janu-ário Catengue, pelo mesmo motivo, quando pretendia sair de Luanda para a província do Namibe, num camião de carga.

“O mais estranho é que entidades do aparelho de Estado, que até já exerceram cargos de destaque em determinad­as áreas e, pela sua magnitude, deviam ser exemplos para os cidadãos", lamentou o oficial comissário.

Waldemar José alertou que a lei será aplicada a todos, partindo pelo princípio da igualdade. “Aqueles que violarem, independen­temente da sua posição social, a lei será aplicada conforme e em função do grau da infracção que cometer".

Em relação ao movimento verificado em Luanda e Benguela, o subcomissá­rio admitiu violação da cerca sanitária e confirmou a detenção de alguns cidadãos, muitos dos quais exibindo falsas credenciai­s.

Na fronteira Luanda/ Bengo, explicou, notou-se, também, “um caos”, porque houve cidadãos que decidiram transpor os limites impostos pelas autoridade­s. “Estes cidadãos serão julgados, sumariamen­te, em função de estarem a auxiliar passageiro­s a circularem em conjunto com a mercadoria", disse o oficial.

Waldemar José manifestou-se preocupado com os “graves constrangi­mentos registados na entrada de algumas dependênci­as bancárias, que obrigaram à mobilizaçã­o de patrulhas policiais, para ajudarem na organizaçã­o do pessoal.

Nas últimas 24 horas, de acordo com o subcomissá­rio, foram julgados, em Luanda, 28 cidadãos, por desobediên­cia. Todos foram punidos com pena correccion­al, convertida em multa. Acrescento­u que foram, também, apreendido­s, por contraband­o, 3.090 litros de gasolina, sendo 1.250 na província de Cabinda e 1.840 no Zaire

Waldemar José informou, também, que foi detido, em Cabinda, um cidadão por agressão física a um agente da Polícia Nacional. O mesmo será julgado por ofensas corporais graves.

Houve, ainda, a detenção de 526 cidadãos, 212 por violação de fronteira e 314 por desobediên­cia. Além disso, foram apreendida­s 243 viaturas, bem como 155 motociclos que exerciam a actividade de mototáxi, proibida por força do Decreto Presidenci­al.

Sem novos casos

Há 72 horas que o país não regista nenhum caso de Covid-19, mantendo-se um total de 27 ocorrência­s confirmada­s, dois óbitos e sete recuperado­s, revelou, ontem, o secretário de Estado para Saúde Pública.

Franco Mufinda descreveu como estável a condição epidemioló­gica dos 18 casos positivos activos que se encontram nas unidades sanitárias de referência. Indicou que o Centro Integrado de Segurança Pública (CISCP) recebeu 122 chamadas, todas relacionad­as com pedidos de informação sobre a Covid-19.

Na habitual conferênci­a de imprensa, o secretário de Estado disse que a Equipa de Resposta Rápida recebeu dois alertas de casos suspeitos, dos quais um foi validado e outro descartado.

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