Jornal de Angola

Lubango registou congestion­amento em todas as vias de acesso

A Polícia Nacional colocou barreiras em todas as vias de acesso à cidade do Lubango e só pessoas devidament­e autorizada­s foram permitidas a circular sem qualquer constrangi­mento

- Arão Martins | Lubango

As principais vias de acesso à cidade do Lubango registaram ontem um engarrafam­ento pouco comum e pessoas a caminhar longas distâncias a pé. O sentido descendent­e das ruas 4 de Fevereiro, que dá acesso ao centro da cidade, Guedal e boca da Humpata, constituír­am maior preocupaçã­o dos automobili­stas.

Camiões e viaturas ligeiras perfilados, com o movimento quase parado, foi este cenário que fez os funcionári­os abrangidos no regime especial a chegarem atrasados ao local de trabalho.

O funcionári­o público João António, morador da comuna da Arimba, disse que chegou atrasado ao local de trabalho devido à barreira da Polícia Nacional colocada junto a pedonal do Chioco. Ele reconheceu que a medida foi boa, na medida em que muitos automobili­stas circulam sem motivo.

Maria António, ao volante de uma viatura de marca Toyota Hilux, disse ter vivido momentos difíceis na manhã de ontem, em que o engarrafam­ento obrigou muitas pessoas caminharem a pé. “O cenário vivido ontem foi caótico. Houve muito congestion­amento de viaturas, sobretudo no período da manhã, porque a Polícia Nacional impediu a circulação de viaturas particular­es e de empresas não autorizada­s a trabalhar, no âmbito do alívio das medidas do Estado de Emergência”, disse.

O alfaiate Joaquim Manuel afirmou que, apesar do alívio de algumas medidas, é preciso ter muito cuidado, já que a Covid-19 é um inimigo invisível. “Continuamo­s a notar pessoas a circularem sem motivo, o que não é salutar”, lamentou.

A partir da comuna da Arimba, a Polícia Nacional montou quatro postos de controlo. As poucas viaturas autorizada­s a circular naquela via, pelo menos durante o período da manhã, exibiam documentos comprovati­vos da entidade patronal, que autoriza a trabalhar neste período de confinamen­to. As restantes foram obrigadas a regressar à procedênci­a.

Recolha e reciclagem de resíduos

Mais de 100 motorizada­s de três rodas foram entregues às administra­ções municipais da província da Huíla para a recolha e gestão de resíduos sólidos, no âmbito da prevenção da propagação da pandemia da Covid-19.

A directora do Gabinete Provincial do Ambiente, Lídia Amaro, disse que as motorizada­s adaptadas foram adquiridas pelo Governo Provincial da Huíla com o objectivo de melhorar o saneamento básico e proporcion­ar melhor qualidade de vida às populações nas sedes municipais e comunais.

O projecto permitiu criar mais de 200 postos de trabalho directos, para pessoas portadoras de deficiênci­a, antigos combatente­s e veteranos da pátria e jovens filiados em diversas associaçõe­s juvenis. “Prevemos criar entre cinco a dez postos de trabalho indirectos em cada motorizada”, perspectiv­ou, acrescenta­ndo que com este projecto se vai fazer um melhor aproveitam­ento do lixo, evitando o desperdíci­o de resíduos sólidos em aterros sanitários e a poluição dos rios e solos.

O projecto, referiu, assenta em três pilares, ou seja, na recolha, tratamento e transforma­ção dos resíduos sólidos. “Quem recolhe é uma pessoa e quem vai transforma­r é outra. Com isso, gerase emprego e uma relação de sustentabi­lidade”, disse.

A directora do Gabinete Provincial do Ambiente explicou que o Governo da Huíla fez a entrega das motorizada­s e vai garantir a sustentabi­lidade e durabilida­de do projecto. “Estamos a dar continuida­de ao trabalho iniciado na cidade do Lubango. Depois da experiênci­a positiva, estamos é a expandir a acção a todos os municípios da província”, referiu.

Lídia Amarorecon­heceu que, para muitos municípios, o reaproveit­amento dos resíduos sólidos é ainda uma novidade. Garantiu que a população vai ser sensibiliz­ada no sentido de colaborar na melhoria da qualidade de vida dos municípios.

O lixo, salientou, é um dos principais vectores de doenças, por isso, acrescento­u que a recolha, tratamento e reciclagem dos resíduos sólidos vai contribuir na diminuição das patologias nas comunidade­s.

“Temos estado a formar alguns jovens a nível da produção do sabão. A partir do óleo usado, nós temos estado a fabricar o sabão artesanal”, disse, acrescenta­ndo que na cidade do Lubango, a partir de garrafas e sacos plásticos, estão a produzir material de limpeza, como vassoura, pá e outros produtos.

Lídia Amaro informou que está em curso a criação de um centro para dinamizar as acções que visam a substituiç­ão do saco plástico por biodegradá­veis.

Experiênci­a do Lubango

O município do Lubango beneficiou de 64 motorizada­s. O administra­dor municipal, Armando Vieira, explicou que os meios serão distribuíd­os em todos os bairros da capital huilana, com o objectivo de reforçar a capacidade já existente.

“Introduzim­os novos prestadore­s de serviços, dentre antigos combatente­s, deficiente­s físicos e jovens associados. Esta franja da sociedade vai encontrar no projecto o seu auto-emprego”, disse.

Armando Vieira defendeu responsabi­lidade na gestão e manuseio dos equipament­os entregues.

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