Boeing lança oferta de títulos de 23 mil milhões de euros
A Boeing anunciou o lançamento de oferta de títulos no valor de 25 mil milhões de dólares, para “manter a liquidez a fluir”, muito afectada devido à crise na aviação provocada pela Covid-19.
A oferta de títulos inclui instrumentos de dívida com um valor principal agregado de 25 mil milhões de dólares, em sete tranches com vencimentos que variam de três a 40 anos.
“Estamos satisfeitos com a resposta à nossa oferta de títulos hoje (quinta-feira), que é uma das várias etapas que estamos a tomar para manter a liquidez a fluir nos nossos negócios e nas 17.000 empresas da cadeia de suprimentos do nosso sector”, indicou a empresa aeronáutica norte-americana.
Assim, a Boeing renuncia "neste momento" aos 17 mil milhões de dólares que lhe foram reservados através do gigantesco plano de renascimento da economia norte-americana votado pelo Congresso.
“Até ao fecho desta transacção, prevista para segundafeira, não planeamos buscar financiamento adicional através do mercado de capitais ou das opções do Governo dos EUA, neste momento”, explicou a Boeing. “Continuaremos a avaliar a nossa posição de liquidez à medida que a crise da saúde e o nosso ambiente dinâmico de negócios evoluírem”, concluiu a empresa aeronáutica norte-americana.
Na quinta-feira, a Boeing revelou que, no primeiro trimestre do ano fiscal, teve um prejuízo de 628 milhões de dólares, devido ao impacto da pandemia, e que vai despedir 16 mil trabalhadores enquanto procura liquidez.
“Vamos ser uma empresa mais pequena durante um tempo. Temos trabalhado arduamente para manter a estabilidade da força de trabalho (...), mas vemos que, nos próximos anos, com a queda da procura, a produção não permite suportar a força laboral que hoje temos”, disse o presidente executivo da empresa, David Calhoun, numa teleconferência de apresentação dos resultados trimestrais.
O gestor referiu ainda que a Boeing está a “adoptar medidas para reduzir a sua força de trabalho em cerca de 10% até ao final deste ano”, de um total de 160.000 trabalhadores, através da “combinação de rescisões amigáveis e despedimentos”.