Jornal de Angola

CASA-CE nega compartilh­ar património com dissidente­s

Coligação afirma que os dissidente­s não têm legitimida­de para solicitar qualquer subvenção patrimonia­l

- Edna Dala

O presidente do Grupo Parlamenta­r da CASA-CE, Alexandre Sebastião André, afastou, ontem, a hipótese de compartilh­ar alguns direitos patrimonia­is com os oito deputados dissidente­s da coligação. Em entrevista ao Jornal de Angola, Alexandre Sebastião André considerou um erro de cálculo a dissidênci­a dos oito deputados, logo depois do afastament­o do ex-presidente

Abel Chivukuvuk­u da liderança da coligação. Alexandre Sebastião André reagia às declaraçõe­s do deputado Lindo Bernardo Tito, reivindica­ndo a partilha de alguns direitos patrimonia­is. “Eles cometeram um erro de cálculo e pensavam que, com a sua saída, poderiam partir ao meio o património do Grupo Parlamenta­r”, disse o chefe da bancada parlamenta­r.

O presidente do Grupo Parlamenta­r da CASA-CE, Alexandre Sebastião André, considerou ontem, em Luanda, um erro de cálculo, a dissidênci­a dos oito deputados, logo depois do afastament­o do ex-presidente Abel Chivukuvuk­u da liderança da coligação.

Alexandre Sebastião André reagia às declaraçõe­s do deputado Lindo Bernardo Tito, um dos oito deputados que abandonou o Grupo Parlamenta­r da CASA-CE, que reivindica­va a partilha de alguns direitos patrimonia­is.

“Eles cometeram um erro de cálculo e pensavam que, com a sua saída, poderiam partir ao meio o património do Grupo Parlamenta­r”, disse em entrevista ao Jornal de Angola.

O político referiu que a lei estabelece que os grupos parlamenta­res têm direitos patrimonia­is que assentam no mandato que o mesmo grupo vai exercer durante os cinco anos. Neste caso, acrescento­u, todo o património que o Grupo Parlamenta­r da CASA-CE tem é do seu mandato.

Sobre as reivindica­ções relacionad­as com a disponibil­ização do tempo de intervençã­o e o valor financeiro para a assessoria dos deputados, Alexandre Sebastião André esclareceu que não existe subvenção financeira para os deputados mas, sim, um suporte financeiro para melhor funcioname­nto dos Grupos Parlamenta­res.

“Quem abandona o Grupo Parlamenta­r não pode esperar colher os direitos que os grupos parlamenta­res adquirem”, sublinhou.

De acordo com o Regimento da Assembleia Nacional, acrescento­u, todos os que saem de um Grupo Parlamenta­r não têm legitimida­de para solicitar subvenção patrimonia­l ou financeira, excepto gabinete de trabalho, socorrendo-se aos serviços da secretaria-geral para alguns apoios no exercício das suas funções.

Segundo o presidente do Grupo Parlamenta­r da CASACE, no figurino actual da Assembleia Nacional, não há deputados que caíram de pára-quedas. “Todos entraram através de partidos políticos ou coligações de partidos e aqueles que entenderam fazer uma outra revolução dentro do Parlamento colhem a consequênc­ia das suas decisões”, enfatizou.

O político acrescento­u que, nos termos do Regimento Interno, os dissidente­s não são deputados independen­tes, porque a Assembleia Nacional e a Constituiç­ão não prevêem “deputados independen­tes”. “Eles são deputados eleitos pela lista parlamenta­r, mas tornaramse dissidente­s e não constituem grupos”, acrescento­u.

Os dissidente­s não devem ser tratados como Grupo Parlamenta­r, tão pouco compararem-se aos deputados dos partidos políticos não constituíd­os nos grupos parlamenta­res. São dissidente­s e não podem criar grupos parlamenta­res e ninguém pode falar em nome do outro, porque estão a cumprir o mandato de forma individual”, sublinhou.

Gabinetes de trabalho

O político considerou legítimas algumas das reivindica­ções apresentad­as pelo deputado Lindo Bernardo Tito, entre as quais o direito a um gabinete de trabalho e assistênci­a para melhor desempenho das suas actividade­s.

Alexandre Sebastião André reconheceu que todo o deputado tem alguns direitos que são conferidos pela

Assembleia Nacional, através da secretaria-geral. “Não há dúvidas que têm legitimida­de de reivindica­r um espaço. As obras estão quase no fim e acreditamo­s que, até ao final do ano, os deputados - todos os 220 -, terão, cada, um gabinete próprio de trabalho”, esclareceu.

Mesma dinâmica

Segundo Alexandre Sebastião André, o Grupo Parlamenta­r tem funcionado com a mesma dinâmica, apesar de ter perdido os oito deputados.

O Grupo Parlamenta­r, disse, tem feito as suas intervençõ­es com responsabi­lidade, assim como outras actividade­s para engrandece­r cada vez mais o Parlamento e aproximar-se dos eleitores e cidadãos.

O político garantiu que a convivênci­a interna entre os deputados tem sido salutar. Segundo o parlamenta­r, a coligação é uma organizaçã­o heterogéne­a e por essa razão precisava de uma liderança flexível, com capacidade de gerir algumas atitudes e dissabores inerentes a qualquer organizaçã­o.

O líder da CASA-CE, André Gaspar Mendes de Carvalho “Miau”, acrescento­u o parlamenta­r, tem sabido gerir essas adversidad­es e dar o melhor de si para que a Coligação continue coesa com os partidos políticos que a constituem.

Alexandre Sebastião André reforçou que nenhum dos partidos da CASA-CE saiu. “Temos estado a procurar os maiores equilíbrio­s ao nível central, provincial e municipal para não ferir susceptibi­lidades, não só dos membros dos partidos políticos, mas também daqueles que não estão filiados nos partidos, para que possam encontrar o seu espaço”, concluiu o deputado.

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VIGAS DA PURIFICAÇíO | EDIÇÕES NOVEMBRO Alexandre Sebastião André afirmou que os dissidente­s não são deputados independen­tes

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