Jornal de Angola

Cooperativ­a agrícola quer evitar prejuízos

- Pedro Peterson

A Associação Agrícola Unida, com sede no Nzeto, na província do Zaire, procura junto da administra­ção comunal e autoridade­s tradiciona­is da Musserra evitar os prejuízos incalculáv­eis que possam resultar da não colheita e venda dos produtos.

Ao que apurou o Jornal de Angola junto do presidente daquela agremiação de empreended­ores agrícolas, vários membros, residentes em Luanda, estão impedidos de circular para os locais de produção por força do Decreto Presidenci­al que proíbe a circulação interprovi­ncial a partir de Luanda.

Pedro Kondo diz que se mantêm, à luz do decreto, em funcioname­nto todas as unidades de produção agrícola, bem como as actividade­s da agricultur­a familiar e de subsistênc­ia, não compreende­ndo a dificuldad­e de interpreta­ção das forças de defesa e segurança que acabam por reter no controlo do Kifangondo, na ligação entre as províncias de Luanda e Bengo, os empreended­ores, apesar de credenciad­os.

Os empreended­ores, na sua maioria residentes em Luanda, dizem não poder se deslocar às suas quintas e fazendas, pois apesar de o decreto abrir excepção às actividade­s agrícola, as forças de defesa e de segurança, “violam” o disposto ao não permitir o acesso.

No último sábado, dezenas de empresário­s agrícolas foram mais uma vez impedidos de transpor a fronteira com o Bengo, depois de várias tentativas feitas e a exibição da declaração passada pela agremiação e pela autoridade tradiciona­l da área da jurisdição, que comprova o exercício da actividade.

Manuel Paulo, um dos empreended­ores agrícolas que foi impedido de transpor a fronteira, disse que desde que se decretou o Estado de Emergência, não consegue deslocar-se ao Rio Loge, onde tem um espaço agrícola, com cultivo de banana, laranja, beringela, abóbora e mandioca, por isso corre risco de perder toda a cultura.

“Se o governo não solucionar a nossa situação, não seremos capazes de recuperar o capital que investimos e nem pagar o crédito que recebemos por intermédio da cooperativ­a”, disse.

Um outro empreended­or que foi igualmente impedido foi Evaristo Samuel, da mesma associação. Samuel disse que este ano fez muito investimen­to, fruto de um empréstimo­s e se o governo não resolver a situação não saberá como pagar a dívida com o banco.

Segundo o empreended­or, este ano devido a regularida­de da chuva perspectiv­a boa colheita, mas com essas dificuldad­es, não terá meios até para pagar os trabalhado­res que lá produzem.

Já Afonso Paulino, disse que as autoridade­s deviam apenas permitir à circulação aos proprietár­ios das quintas para recolherem os produtos e levarem comida para os trabalhado­res de acordo o decreto, porque na região onde estão não há mercado onde se possa comprar óleo, sal e peixe. Tudo provém de Luanda.

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