Quase 200 mil metros quadrados desminados em várias localidades
Regiões da Jamba Cueio, Cavanga, Missombo e o troço que liga a sede municipal do Cuchi à comuna de Cutato estão livres de minas e disponíveis para a actvidade agrícola e a construção de infra-estruturas
Uma área de 180 mil 895 metros quadrados livres de minas foi apresentada ao governador do Cuando Cubango, Júlio Bessa, para a implementação de projectos agrícolas e reassentamento da população, nas localidades de Jamba Cueio, Cavanga, Missombo (Menongue) e no troço entre a sede municipal do Cuchi e a comuna de Cutato.
Durante uma jornada de campo de dois dias nas referidas localidades, Júlio Bessa, testemunhou a destruição de quatro mil e 733 engenhos explosivos , minas anti-tangue e antipessoal, projécteis de morteiro, granadas de mão, roquetes, obuses e munições diversas, removidos nas áreas intervencionadas.
As operações de remoção de minas estiveram a cargo do Instituto Nacional de Desminagem (INAD), Engenharia Militar e da Organização Não-Governamental britânica The HalloTrust.
A oficial de ligação da Comissão Nacional Intersectorial de Desminagem e Assistência Humanitária (CNIDAH), Isabel Massela, explicou a Júlio Bessa, durante a visita, que as operações de desminagem, iniciadas em finais de 2019, até o primeiro trimestre de 2020 permitiram também a limpeza de 54 quilómetros da Estrada Nacional 280 na via que liga Cuchi ao Cutato, para facilitar os trabalhos de asfaltagem.
A responsável disse que foram ainda desminadas 105 mil metros quadrados na Jamba Cueio, 16 mil metros quadrados no Cavanga e nove mil na comuna de Missombo, localidades com potencial agrícola muito grande, mas que por causa das minas os camponeses estavam impedidos de trabalhar naquelas terras férteis. Nos dias correntes, as operadoras de desminagem estão a verificar se existem engenhos explosivos nas carcaças de viaturas militares e civis abandonadas durante a guerra nas trincheiras.
A próxima meta, depois da situação da Covid-19 estar normalizada, é a desminagem no troço rodoviário Cuito/Cuanavale/Mavinga, uma das zonas mais afectadas com minas, devido aos intensos combates travados naquelas regiões do país.
Governo reitera apoios
O vice-governador para o sector Técnico e Infra-estruturas, Afonso Antas, disse que o Governo da província, em estreita colaboração com parceiros nacionais e internacionais, vai continuar a apoiar acções do género para que todo o território do Cuando Cubango esteja livre de minas, e a província possa atrair investimento estrangeiro para a exploração dos recursos naturais, como diamantes, ouro, calcário, madeira , terras férteis, entre outros.
Afonso Antas frisou que “existem ainda muitos entraves” para o bom andamento do processo de desminagem em algumas zonas da província.