Mais de 57 mil congoleses precisam de ajuda alimentar
Mais de 57 mil pessoas precisam de ajuda alimentar de emergência devido ao desastre causado por chuvas fortes que caíram durante duas semanas na região de Uvira, no Leste da República Democrática do Congo (RDC), indicou, ontem, a ONU.
Pelo menos 43 pessoas morreram e perto de 200 ficaram feridas, refere um comunicado do Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários (OCHA) das Nações Unidas, adiantando que “mais de 12.500 pessoas (80 por cento são mulheres e crianças) agrupadas em 29 locais (…) precisam de água potável, latrinas e chuveiros de emergência, iluminação, cobertores, alimentos e assistência médica”.
No ponto de situação, as Nações Unidas referem que as “chuvas torrenciais (…) causaram o transbordo do Lago Tanganica e dos três rios que passam na cidade de Uvira e seus arredores”.
Mais de 5.500 habitações ficaram destruídas e pelo menos 70.000 pessoas estão desalojadas. Os estragos em dezenas de infra-estruturas, nomeadamente na rede de distribuição de água potável, afectaram perto de 280 mil pessoas. Segundo o OCHA, os estragos nas estradas e pontes dificultam significativamente o acesso e o tráfego dentro de Uvira e entre esta cidade e outras localidades como Bukavu, afectando “a capacidade operacional” das organizações humanitárias.
“Apesar destas restrições, os actores humanitários e estatais têm estado a trabalhar desde a semana passada para abrir o acesso e distribuir os primeiros socorros aos mais vulneráveis”, adianta o gabinete da ONU, referindo que as restrições ligadas à pandemia da Covid-19 também dificultam as operações de ajuda de emergência.
O OCHA dá ainda conta de pelo menos dez centros de saúde inundados e fora de serviço e entre 17 e 22 gabinetes de saúde afectados, assim como de 44 escolas danificadas e de mais de 7.600 crianças sem aulas.
Indica, igualmente, que “movimentos de descontentamento entre as populações afectadas têm ocasionado a interrupção da ajuda em curso”.
Uvira é uma das três principais cidades do Kivu do Sul, juntamente com Baraka e Bukavu, a capital da província. Esta província, uma das 26 do país, conta com cerca de seis milhões de pessoas, entre os 86 milhões de habitantes da República Democrática do Congo (RDC).