Transposição dos clássicos da guitarra para o órgão
A condição
de professor até 1984, foi sempre conciliada com a carreira artística do acordeonista, exercida sem carácter profissional. No mesmo ano, com a explosão do grande movimento de actividades culturais nos Centros Recreativos de Luanda, Paulo Pakas optou por assumir a carreira artística profissional, afastando-se, definitivamente, da actividade docente.
Acto contínuo, juntou-se ao agrupamento musical “Fenomenal”, a convite do baixista, Dulce Trindade, baixo e ritmo, e do Adriano, Didi , igualmente baixista, para tocar viola contra-solo e acordeão. Meses depois, com a saída do organista, Franco, o grupo propôs uma adaptação do Paulo Pakas ao órgão, devido a experiência demonstrada no domínio do acordeão. O acordeonista iniciou então o seu percurso como organista, destacandose, rapidamente, no conjunto dos bons organistas da época .
Na verdade, Paulo Pakas possuía uma habilidade ímpar, sobretudo na transposição para o órgão dos solos dos clássicos da guitarra angolana. É assim que passou a solista no órgão, quando o guitarrista Hildebrando Cunha, Brando, na altura viola solo do agrupamento Fenomenal, ausentou-se de Angola sem aviso prévio, deixando o grupo sem viola solo para acompanhar os artistas individuais que iam actuar com o grupo num fim de semana, no Centro Recreativo e Cultural, os “Sêngulas”, situado no Bairro Rangel. Como não apareceu nenhum solista à altura do Brando, Paulo Pakas propôs ao grupo que podia com o órgão, fazer aquilo que o Brando fazia com a viola. Foi uma gargalhada geral, ironizando-o. Contudo, o Jivago e outros, acharam que deviam coloca-lo à prova. Feito isto, qual não foi o espanto! Paulo Pakas conseguiu fazer os solos de guitarra no órgão, conseguindo ensaiar todos os artistas da semana, tais como, Jaburú, Jivago, Jacinto Tchipa, e Carlos Baptista. Nos concertos, foi o aplauso total.