Jornal de Angola

Parlamenta­res avaliaram remuneraçã­o de autarcas

Secretário de Estado Márcio Daniel defende ser necessário definir os titulares de cargos das autarquias locais que vão ser beneficiár­ios de direitos e regalias

- Adelina Inácio

Os deputados discutiram ontem, na especialid­ade, a proposta de Lei que aprova a remuneraçã­o a ser atribuída aos autarcas em regime de dedicação exclusiva.

Os deputados discutiram ontem, na especialid­ade, a Proposta de Lei que aprova o Estatuto dos Eleitos Locais, diploma que define as regalias a serem atribuídas aos autarcas que exercem as funções em regime de dedicação exclusiva.

O diploma, que continua a ser discutido hoje na Assembleia Nacional, para posterior aprovação final global, tem como finalidade definir um conjunto de direitos, regalias e obrigações que os titulares dos órgãos das autarquias locais beneficiam.

O secretário de Estado para as Autarquias, Márcio Daniel, adiantou que a proposta de Lei do Estatuto dos Eleitos Locais tem uma linha de continuida­de com outros diplomas já aprovados pela Assembleia Nacional. O secretário de Estado referia-se à Lei Orgânica sobre a Organizaçã­o e Funcioname­nto das Autarquias Locais e à Lei Orgânica das Eleições Autárquica­s.

Márcio Daniel defende ser necessário definir quais são os titulares de cargos das autarquias locais que vão ser destinatár­ios das obrigações que a proposta estabelece e que vão ser beneficiár­ios dos direitos e regalias que a proposta determina.

O secretário de Estado explicou que compete ao presidente da Assembleia Municipal a realização das despesas orçamentai­srelativas­àsenhadepr­esença, ajudas de custo e subsídios de transporte dos membros da Assembleia e de despesas relativas à aquisição de bens e serviços correntes necessário­s ao regular funcioname­nto.

Segundo Márcio Daniel, os membros da Assembleia Municipal, menos o presidente ou vice-presidente, podem exercer outras actividade­s remunerada­s. “Não estão impedidos de ter o seu trabalho quotidiano. Podem ser procomo fessores, directores de escolas ou outra função qualquer. Apenas quando são convocados é que vêm participar da reunião”, explicou o governante.

O secretário de Estado declarou que o conjunto de direito e regalias que a lei prevê são para as entidades os presidente­s e vicepresid­entes da Câmara e da Assembleia Municipal. Os membros da Assembleia Municipal em regime de tempo parcial, acrescento­u, têm direito a uma compensaçã­o por senha de presença fixada por deliberaçã­o da própria Assembleia.

“Essa decisão é da própria Assembleia Municipal, que vai definir a remuneraçã­o de acordo com a capacidade de cada autarquia. Certamente que, em algumas autarquias, o valor da senha de presença é maior e noutras autarquias menor”, disse.

Risco de subserviên­cia

Para o deputado João Pinto, do MPLA, não se deve pensar que quem estiver a exercer em regime de voluntaria­do não tenha remuneraçã­o parcial, total ou subsídio ou direito a regalias. “Como é que os eleitos locais vão fiscalizar se eles nem sequer têm senha de presença e nenhum apoio? Esta situação pode levar ao servilismo dos eleitos locais aos secretário­s que não são eleitos ”, alertou o parlamenta­r.

O deputado Reis Júnior, também do MPLA, esclareceu ao deputado João Pinto que os eleitos e os secretário­s são remunerado­s, mas de forma diferente. Reis Júnior lembrou que a proposta clarifica que o vencimento do presidente e dos demais membros da Câmara Municipal é fixado por diploma próprio. A remuneraçã­o dos membros da Assembleia Municipal em regime integral é fixada por deliberaçã­o própria da Assembleia Municipal, ouvi- da a Câmara Municipal.

O secretário de Estado para as Autarquias, Márcio Daniel, adiantou que a Proposta do Estatuto dos Eleitos Locais tem uma linha de continuida­de com outros diplomas já aprovados pela Assembleia Nacional

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JOÃO GOMES | EDIÇÕES NOVEMBRO Deputados continuam a preparar propostas de Lei que vão à votação final global

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