Temor na Amazónia
Na Colômbia,
o Governo de Iván Duque não demonstrou preocupação com o Brasil, mas a situação no país vizinho gera alarme nos estados amazónicos.
Embora Bogotá tenha decretado o encerramento das fronteiras terrestres a 16 de Março, estas são “muito porosas, há muitas partes por onde se pode passar”, advertiu à AFP Daniel Oliveira, administrador do Departamento (estado) do Amazonas.
Neste Departamento, situado na fronteira com o
Brasil, há 30 casos de coronavírus por 10 mil habitantes, a pior cifra do país, à frente de Bogotá, com quatro casos pelo mesmo número de pessoas. Em Letícia, capital da província, dos dez primeiros casos detectados, cinco foram importados do país vizinho.
A região amazónica colombiana, despovoada e pobre, é especialmente vulnerável. 58 por cento da sua população é indígena e está em “risco de extinção” devido à pandemia, alertou a Organização Nacional Indígena da Colômbia (ONIC).
“Aqui não há água potável, o sistema de saúde é muito precário (...) Se o vírus se espalhar nos territórios, as mortes seriam inimagináveis”, advertiu Arley Cañas, membro do povo Inga, na reserva Uitiboc.
Na Venezuela, o Governo de Nicolás Maduro tem multiplicado as críticas a Bolsonaro e qualificado de “grande ameaça” para o seu país a proximidade do Brasil, devido à “estupidez” de Bolsonaro.
“A irresponsabilidade dele levou milhares de brasileiros a contagiarem-se. Levou à morte de milhares”, disse Maduro sobre Bolsonaro, um dos seus adversários na região e que já o qualificou várias vezes de “ditador”.
Segundo a imprensa local, o governador do estado fronteiriço de Bolívar, Justo Noguera, avaliou que, no começo do mês, 1600 venezuelanos tinham voltado ao país através das passagens fronteiriças com o Brasil, durante a emergência provocada pelo novo coronavírus.