1º de Maio promete acção judicial contra a FAF
O presidente interino do 1º de Maio de Benguela, António Moisés, garantiu, ontem, ao Jornal de Angola, que vai intentar uma nova acção judicial contra a Federação Angolana de Futebol (FAF), após a saída da decisão oficial de o clube ser afastado da próxima edição do Girabola’2020/2021.
“Se a FAF não respeitar as leis, vamos entrar com outra providência cautelar junto do tribunal em Luanda. A nossa decisão mantémse”, disse o responsável da formação proletária.
Na quinta-feira, 30 de Abril, após um encontro entre a direcção da FAF e 15 dos 16 clubes que disputavam o Campeonato Nacional de Futebol da I Divisão, Girabola’2019/2020, decidiram anular a prova devido às medidas sanitárias adoptadas, para combater a propagação da pandemia da Covid-19.
Na reunião, convocada pelo organismo reitor do futebol nacional, o 1º de Maio foi a única ausente das 16 equipas, por ter sido desqualificada no Girabola, de acordo com Artur de Almeida e Silva.
“Não tivemos acesso à reunião. Como clube restanos apenas aguardar pelo comunicado oficial da FAF”, contou António Moisés, sem adiantar mais detalhes. Mas, garantiu que o 1º de Maio está em condições de disputar a próxima edição do Girabola.
“Temos as condições criadas para fazermos um campeonato regular. Dizer se vamos ou não competir na prova, depende muito do que saiu da reunião. Da nossa parte, dizer que estamos em condições para competir no campeonato”, disse sucinto.
O novo presidente da formação proletária disse que tomou conhecimento de forma oficiosa do regresso do 1º de Maio ao Girabola. “Oficialmente não. Os que participaram do encontro confirmaram que vamos participar. Ainda, assim, entendo que o melhor é aguardarmos pelo documento oficial da FAF”, esclareceu.
Após a reunião da FAF com os clubes, o presidente do Conselho de Disciplina, José Carlos, disse à imprensa que o 1º de Maio ficou sem oportunidade de jogar no próximo Girabola. “Os actos administrativos não são anulados. Não sendo anulados, não há como o 1º de
Maio vir para a competição na próxima temporada. Está completamente fora de hipótese”, declarou lacónico o também advogado.
Contactado na segundafeira pelo nosso jornal, o presidente da FAF, Artur de Almeida e Silva disse que foram convocadas somente as 15 equipas.
“Só foram convidadas as equipas a participarem nos campeonatos correntes. Só por isso”, declarou lacónico o responsável da FAF.
Consultado sobre as declarações do presidente do Conselho de Disciplina da FAF, José Carlos, que confirma o afastamento do 1º de Maio na próxima edição do Girabola, António Moisés considerou que é uma perseguição contra a actual direcção do conjunto proletário.
Para António Moisés, a perseguição está ser movida pelo vogal do Conselho de Disciplina da FAF, de nome José Faria, irmão de Wilson Faria (ex-presidente do 1º de Maio) e actual presidente do Wiliete Sport Clube de Benguela.
"O 1º de Maio foi penalizado injustamente. Com esta medida, o Girabola ficará comprometido devido à providência cautelar", sublinhou o dirigente.
António Moisés faz parte do elenco que substituiu Wilson Faria, acusado pela direcção proletária de desvio de fundos do clube.
Candidatura a presidente
António Moisés disse que vai se candidatar à presidência do 1º de Maio, para o ciclo olímpico 2020/2024, com a intenção de cumprir os programas de acção que estão a ser elaborados, nesta fase, pela direcção interina da formação proletária.
"Sim, pretendo candidatar-me para concluir os meus programas, que estão a ser executados agora como interino. São projectos que estão a andar muito bem", disse.
O dirigente, que foi vicepresidente, declarou que um dos pontos principais do programa de acção é a retirada do clube da apatia em que se encontra.
As eleições no 1º de Maio estavam marcadas para 28 de Março, mas devido à pandemia da Covid-19 foram adiadas, até à eliminação desta doença infecciosa.
A Comissão Eleitoral é presidida por Dinho Bendraul, e Mário Luvambo (secretário). Rosa Verónica ocupa o cargo de escrutinadora.