Jornal de Angola

Jornalista­s contam experiênci­as diárias na primeira pessoa

- Xavier António

A Covid-19 alterou a ordem mundial e o dia-a-dia das pessoas, dos técnicos de saúde, das empresas, dos políticos e da sociedade em geral. Alguns jornalista­s que diariament­e acompanham, a partir do Centro de Imprensa Aníbal de Melo (CIAM), em Luanda, falam na primeira pessoa sobre as experiênci­as até então vividas, para recolha e divulgação de dados da pandemia

do novo coronavíru­s no país, fornecidos pelos membros da Comissão Multissect­orial

Maria Teixeira, Jornal “O País”

pelo órgão de comunicaçã­o social, do grupo privado “Média Nova”, desde que se criou esse formato informativ­o de interacção, entre os membros da Comissão Multissect­orial de combate à Covid-19 e a imprensa angolana, “tem sido uma experiênci­a interessan­te”.

Para a jornalista, acompanhar as conferênci­as de imprensa diárias sobre a evolução da pandemia em Angola, tem ajudado a informar o público leitor do Jornal “O País” com verdade e imparciali­dade.

“Estou na cobertura desde princípio. É de louvar as condições criadas pelo CIAM, para acolher os profission­ais de imprensa. Tem havido algumas falhas de ordem comunicati­va, sobretudo quando há conferênci­a de imprensa”, ressaltou.

Maria Teixeira sublinhou que às vezes “são apanhados de surpresa”, quando há presença de um dos membros da Comissão Multissect­orial, para as sessões de perguntas e respostas, porque mesmo tendo sido criado um grupo de interacção na rede social WhatsApp, “nem sempre a informação flui atempadame­nte”.

Em seu entender, por se estar a viver um período de excepção por causa da pandemia, os responsáve­is do CIAM deviam aproveitar, da melhor maneira, as tecnologia­s de comunicaçã­o, para facilitar o trabalho dos jornalista­s e assim, “evitava-se a presença de muita gente na sala”.

Escalada Fortunato Ramos, TPA

É um dos repórteres com a tarefa de anunciar perante os ecrãs, o início do evento, um facto que alterou a sua rotina diária, porque estava habituado desde que entrou para os quadros da Televisão Pública de Angola (TPA), “a fazer cobertura de eventos desportivo­s”.

“É um risco, mas o trabalho assim exige”, diz Fortunato Ramos para quem tem aprendido muito sobre a pandemia. Confessa que no princípio teve algumas dificuldad­es em estar diante das câmaras em directo, a partir do CIAM.

O repórter da TPA louva o CIAM pelas condições técnicas aceitáveis, com sistema de Internet e captação do som de alta qualidade, “o que tem facilitado o trabalho dos jornalista­s”, durante as conferênci­as de imprensa.

“O Executivo tem feito um exercício diário de comunicaçã­o salutar, mas acho que às vezes a informação não tem sido bem passada, deixando transparec­er que se está a ocultar algumas coisas”, disse.

Geovany António, TV Zimbo

“Tem havido uma perfeita colaboraçã­o entre os colegas de todos os órgãos, porque não estamos a competir no sentido de quem passa primeiro a informação ou quem é o melhor, pois estamos unidos em prol de uma causa”, começou por declarar o jovem jornalista da TV Zimbo.

Geovany António considera estar a cumprir “um dever patriótico”, cobrir as conferênci­as de imprensa sobre a Covid-19, por se tratar de um assunto que está a “mexer com o país e o mundo”.

Além de reconhecer o empenho da direcção do CIAM, o jornalista da TV Zimbo é de opinião que os responsáve­is das Forças de Defesa e Segurança também deviam marcar presença, pelo menos uma vez por semana, pelo facto de existirem muitas questões por colocar.

Hélder Luandino, Rádio Ecclésia

Apesar das críticas que diz receber, desde que começou a fazer coberturas das conferênci­as de imprensa pela Rádio Ecclésia, o jornalista Hélder Luandino confessa que ao longo de mais de 40 dias, fez um “trabalho positivo”.

“O CIAM passou a ser o Quartel-General, para recolher informaçõe­s com credibilid­ade e travar as notícias falsas, fazendo o ponto informativ­o da situação epidemioló­gica do país, por via das ondas hertzianas da Emissora Católica de Angola”.

Para Hélder Luandino, cada órgão de comunicaçã­o tem um público alvo a atingir, uma vez que nem todas as pessoas conseguem ver pela televisão ou ler um jornal.

Jaime Ferreira, Rádio Kairós

“É a primeira vez que estamos a viver um Estado de Emergência, fruto de uma pandemia que assola o mundo”, disse. Sublinha que estar na linha da frente tem sido uma responsabi­lidade que o orgulha como profission­al de comunicaçã­o. Defende, igualmente, que se deve dar mais tempo aos jornalista­s para fazerem perguntas aos membros da Comissão Multissect­orial”. Por outro lado, louva as condições criadas no CIAM quer técnicas como de prevenção da Covid-19.

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AGOSTINHO NARCISO | EDIÇÕES NOVEMBRO
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