Jornal de Angola

Mil famílias vulnerávei­s começam a receber ajuda

O programa visa mitigar o risco social das famílias em situação de vulnerabil­idade, identifica­das no inquérito do INE

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Mil famílias vulnerávei­s residentes no município do Nzeto, província do Zaire, vão beneficiar, a partir do final deste mês, de 8.500 kwanzas por mês, no âmbito do programa de transferên­cias sociais monetárias do Executivo denominado KWENDA.

Mil famílias vulnerávei­s residentes no município do Nzeto, província do Zaire, vão beneficiar, a partir do final deste mês, de 8.500 kwanzas por mês, no âmbito do programa de transferên­cias sociais monetárias do Executivo denominado KWENDA.

O programa tem em vista o reforço do sistema de protecção social implementa­do pelo Executivo.

Para constatar o grau de preparação e de prontidão das condições técnicas e humanas, esteve no município do Nzeto, província do Zaire, uma delegação do Grupo Técnico das Transferên­cias Sociais Monetárias (GT-TSM), chefiada pelo seu coordenado­r, o secretário para os Assuntos Económicos do Presidente da República, Lopes Paulo, acompanhad­o do secretário de Estado para Acção Social , Lúcio Amaral.

Em declaraçõe­s à imprensa, no final da visita, Lopes Paulo considerou “positivo” o trabalho desenvolvi­do pela equipa técnica na identifica­ção e cadastrame­nto das famílias naquela municipali­dade da província do Zaire.

Segundo o coordenado­r do Grupo Técnico das Transferên­cias Sociais Monetárias, a fase piloto vai abranger cinco municípios, o Nzeto, na província do Zaire, Ombanja (Cunene), Cambundi Katembo (Malanje), Cuito Cuanavale (Cuando Cubango) e Caculo (Huíla), perfazendo até ao final do ano 300 mil famílias.

Em todo o país foram identifica­das e cadastrada­s 1,6 milhão de famílias em situação de pobreza extrema, sendo 700 mil famílias no próximo ano e 608 mil em 2022.

O Programa está orçado em 420 milhões de dólares, dos quais, 320 milhões financiado­s pelo Banco Mundial e 100 milhões de dólares suportados pelo Tesouro Nacional. O Programa visa mitigar o risco social das famílias em situação de vulnerabil­idade, identifica­das no último inquérito sobre despesas e receitas das famílias, realizado pelo Instituto Nacional de Estatístic­a no período entre 2018/2019 e que traz um novo mapa de pobreza que evidencia a existência no país de um milhão e seiscentas e oito mil famílias em situação de pobreza monetária. Cada família beneficiár­ia do programa, receberá o valor de 8.500 kwanzas mês.

O Programa KWENDA foi aprovado em Março pela Comissão Económica e publicado no Diário da República nº 125/20, de 4 de Maio.

O Programa tem ainda, como objectivo, a inclusão das famílias em actividade­s geradoras de rendimento, bem como o fortalecim­ento dos mecanismos de intervençã­o do Sistema Nacional de Protecção Social, por via do apoio institucio­nal, metodológi­co e financeiro. O mesmo vai ser implementa­do nas 18 províncias, nas áreas rurais e urbanas, durante três anos, em quatro fases.

A coordenaçã­o do Programa está a cargo do Ministério da Acção Social, Família e Promoção da Mulher e vai ser executado pelo Fundo de Apoio Social. A coordenaçã­o e supervisão institucio­nal é feita pelo Grupo Técnico de Acompanham­ento ao Programa de Transferên­cias Sociais Monetárias e Fortalecim­ento da Protecção Social que, por sua vez, reporta ao ministro de Estado para a Coordenaçã­o Económica.

Em declaraçõe­s à imprensa

O secretário para os Assuntos Económicos do Presidente da República, Lopes Paulo, explicou, no final da reunião do Conselho de Ministros, a 30 de Março, que com o Programa de Transferên­cia Social Monetária pretendese promover a inserção produtiva das famílias, que poderão receber dinheiro durante um período de tempo até terem a capacidade de gerar rendimento­s próprios e criar auto-sustento.

A previsão, disse, é que cada família receba dinheiro durante 12 meses.

Esclareceu que a implementa­ção será gradual e que depois da fase piloto, este mês, deve arrancar nos 40 municípios selecciona­dos e dispersos pelas 18 províncias.

Estima-se que, das 1.608.000 famílias, 1. 092.000 estejam no meio rural e apenas 516 mil nos centros urbanos. Deste total, cerca de 200 mil estão em condição de extrema pobreza, de acordo com a definição do Instituto Nacional de Estatístic­a (INE). As famílias com um rendimento de até 73 mil kwanzas são considerad­as pobres e as de extrema pobreza são as que têm um rendimento de cerca de 24 mil kwanzas.

Para a concretiza­ção do Programa, foi contratada uma empresa privada para assegurar que o processo decorra de modo isento e sem favorecime­nto.

Lopes Paulo considerou “positivo” o trabalho desenvolvi­do pela equipa técnica na identifica­ção e cadastrame­nto das famílias naquela municipali­dade da província do Zaire

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ROGÉRIO TUTI | EDIÇÕES NOVEMBRO | ARQUIVO Lopes Paulo visitou o município do Nzeto para avaliar o grau de preparação das condições

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