CARTAS DOS LEITORES
Cura religiosa
Escrevo para o Jornal de Angola com o prazer e alegria de ser um leitor assíduo deste importante diário de Angola, numa altura em que as atenções de todo o mundo estão na procura da cura para a Covid-19. Mas, nada melhor do que começar por cumprimentar e endereçar palavras de elogio pelo trabalho que toda a equipa redactorial tem feito, nesta altura, sob condições difíceis. O que me leva a escrever para o Jornal de Angola é a necessidade de expor as igrejas e práticas que se consubstanciam na cura pela oração e somente pela oração, relegando a ida aos hospitais como uma opção a descartar completamente. E curiosamente nesta altura não se ouve nada sobre a cura que essas mesmas confissões religiosas, ávidas em anunciar cura, podem proporcionar ao menos para minimizar os efeitos da Covid-19. Preferem explorar as pessoas, sobretudo as mais vulneráveis, realidade que infelizmente ainda existe em muitas confissões religiosas. Esse procedimento, tem levado a morte dezenas de pessoas, numa altura em que o Estado enquanto ente de bem zela incondicionalmente pela defesa e preservação da vida humana. As entidades competentes não podem continuamente assistir a casos de famílias e pessoas singulares que estejam entre a vida e a morte simplesmente porque as crenças religiosas assim o determinam. A extorsão que envolve a exigência do dízimo e, não raras vezes, as exigências segundo as quais quanto mais der, mais e melhor retorno material e espiritual o crente vai obter. Espero que, nesta fase, o mais que as igrejas devem fazer é sensibilizar os fiéis no sentido do cumprimento das medidas estabelecidas pelo Executivo que, ao fim e ao cabo, apenas vão contribuir para melhorar a situação de cada um de nós.
Postos de identificação
Escrevo a partir do Bairro Novo, algures aqui na Via Expressa, para falar sobre as dificuldades
ESCREVA-NOS Cartas recebidas na Rua Rainha Ginga, 12-26 Caixa Postal 1312 - Luanda
ou por e-mail: para emitir o Bilhete de Identidade, facto que me levou a vários arquivos de identificação para ter uma resposta sobre o que se passa. Há um “SIAC”, mas dista uma significativa extensão quando percorrida a pé e no entanto fiquei perplexo com a enchente que constatei lá. Acho que estes serviços deviam estar mais descentralizados nos bairros.
Não faz sentido que os arquivos de identificação continuem a registar enchentes todos os dias úteis. Alguma coisa está a se passar que as autoridades devem explicar. Será que há estrangeiros a tentarem tratar o bilhete de cidadão nacional ou são mesmo milhares de angolanos que continuam sem o precioso documento? Sem o bilhete de identidade estou com mil e uma dificuldades para realizar uma série de tarefas normais, razão pela qual lanço o apelo para que esta situação seja rapidamente resolvida.
Como eu, centenas de cidadãos nacionais encontram-se em situação semelhante, facto que deve levar a uma profunda reflexão na medida em que os custos são elevados.