Mais de 300 clientes procuram por “sócias”
À entrada dos armazéns espalhados por Luanda há, em número significativo, grupos de jovens a acenar aos potenciais clientes. Ouve-se um psiiiiii e, ao primeiro olhar de aceitação, vêm quase todos às corridas. Entre eles, correr só não basta. É preciso ser forte o suficiente para intimidar e afastar a concorrência, além de ser capaz de convencer o comprador das opções.
Com eles, uma listagem de produtos disponíveis. São vendedores ambulantes? Não. Fazemos trabalho de juntar sócias, respondem quando questionados.
Na visita efectuada pelo Jornal de Angola, contámos cerca de 100 jovens há mais de três anos nesta ocupação, que já conta com concorrentes mais formalizados.
Os armazéns também abriram-se ao método e já facilitam aos seus clientes que comprem produtos por grosso retalhados em dois, três ou quatro fracções, dependendo da opção de cada.
São mais de 300 clientes por semana os que optam por comprar bens repartindo-os com outros.
No armazém do Benfica “Angoparadise Comércio Geral e Frescos”, Tucha Suzana tinha apenas 25 mil kwanzas e para adquirir a variedade de produtos a baixo preço, associou-se à cidadã Tzilia Domingos, que tinha consigo uma quantia monetária de 30 mil kwanzas.
Tucha Suzana e Tzilia Domingos, com os 55 mil kwanzas, conseguiram dividir a caixa de asinhas de frango, comprada a um preço de 10.700 kwanzas. Repartida ao meio, permitiu a cada uma pagar apenas um valor de 5.350. Compraram ainda uma caixa de isca ao preço de 14.700, “sociando” cada 7.350. Para a caixa de coxa de frango de 9.800, cada uma delas cedeu 4.900 kwanzas. No final das compras de frescos, as duas moradoras dos municípios de Belas (bairro 11 de Novembro) e Talatona (Benfica) gastaram 35.200 kwanzas e pagaram aos meninos que ajudaram na divisão em partes iguais outros 500 kwanzas.
Nas contas que fazem, se comprassem a retalho nos