Governo deplora acção de militares
O Governo do Burkina Faso deplorou, ontem, em Ouagadougou, a operação de busca das forças da ordem, que causou ferimentos num campo de refugiados malianos, no Norte do país, que alberga 6.500 pessoas.
Na véspera, o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (HCR) condenou a violência das forças de segurança burkinabes contra os refugiados malianos, que acusam de “cumplicidade” com os extremistas.
“A operação de busca foi levada a cabo no campo, depois de um ataque, perpetrado no fim- de-semana contra quatro elementos da brigada policial de Djibo, ter causado um morto e um desaparecido”, explicou, em comunicado, o portavoz do Executivo, Rémis Sancionou.
As forças do G5-Sahel, nomeadamente Mali, Burkina Faso, Níger, Chade e Mauritânia, que combatem o fundamentalismo, têm sido regularmente acusadas de maltratar os refugiados dos respectivos países e praticarem execuções extra judiciais contra civis.
A 20 de Abril, a Human Rights Watch acusou as forças de segurança burkinabes de terem executado 31 pessoas, em Djibo, durante uma suposta operação anti-terrorista realizada no dia 9 do mesmo mês.
A 30 de Abril, a Missão da ONU no Mali (MINUSMA), denunciou 101 execuções extra judiciais, naquele país, durante o primeiro trimestre de 2020, praticadas pelas forças de defesa e segurança.
Violências idênticas foram praticadas pelo Exército nigerino, que fuzilou 30 pessoas.
As violências jihadistas, misturadas com conflitos inter-comunitários, que atingem o conjunto do Sahel causaram quatro mil mortos, nos países acima referidos, segundo a ONU. O Burkina conta com 800 mortos e cerca de 860 mil deslocados, desde 2015.
Recenseamento eleitoral
As operações de recenseamento para as eleições presidenciais e legislativas de Novembro, suspensas devido ao novo coronavírus, retomaram, ontem, noticiou a Pana.
As operações suspensas na sequência das medidas de luta contra o novo coronavírus (Covid-19), ocorrerão até 17 de Maio de 2020, em cinco províncias, de acordo com Barry.
O lançamento simbólico decorreu em Tenkodogo, capital da região Centro-Oriental.
Além da pandemia do novo coronavírus, várias regiões do Burkina Faso estão a braços com ataques extremistas, o que suscita receios de uma perturbação do calendário eleitoral.