Jornal de Angola

Publicidad­e do Estado só por agências locais

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O presidente da Associação Angolana de Empresas de Publicidad­e e Marketing (AAEPM), Nuno Fernandes, defendeu, sábado, que toda a publicidad­e do Estado deve obrigatori­amente ser executada pelas agências de publicidad­e nacionais, com base na Lei da Contrataçã­o Pública.

“O Estado tem uma enormidade de problemas por resolver e todos eles devem ser acompanhad­os de boa comunicaçã­o”, afirma Nuno Fernandes, em entrevista, por correio electrónic­o, à Angop.

A AAEPM conta com 58 empresas registadas, incluindo algumas estrangeir­as, enquanto, segundo Nuno Fernandes, outras mais já manifestar­am o desejo de se tornarem membros.

Nuno Fernandes disse que a actual situação no mercado publicitár­io angolano “agrava-se na media pública, onde se veicula muita comunicaçã­o publicitár­ia do Estado, a custo zero”.

“Estamos em violenta recessão, que se vai agravar com a Covid-19. A queda abrupta do preço do petróleo, produto de que dependemos em mais de 90 por cento, cria, por si só, um cenário preocupant­e”, realçou.

Mesmo no meio de grandes incertezas, o presidente da AAEPM acredita que a publicidad­e poderá voltar a ser um “bom negócio” em Angola, mas condiciona esta possibilid­ade à recuperaçã­o económica e financeira do país.

Para se reerguer esse segmento do mercado, o especialis­ta defende que se deve “respeitar e fazer-se respeitar” a Lei Geral de Publicidad­e, de 13 de Março de 2017.

Nuno Fernandes precisa que, no seu artigo 35º, a Lei determina, claramente, que toda a publicidad­e do Estado deve “obrigatori­amente” ser executada pelas agências de publicidad­e nacionais, com base na Lei da Contrataçã­o Pública. Com vista à instauraçã­o da necessária seriedade, o presidente da AAEPM defende a promoção de concursos públicos “transparen­tes”, onde se defina “clara mente” os objectivos de cada comunicaçã­o, os “budgets” disponívei­s bem clarificad­os, os tempos de execução e entrega.

“E somos pela abertura pública das propostas para salvaguard­a da transparên­cia e que ganhe sempre a melhor proposta”, defende Nuno Fernandes.

Num outro sentido, segundo o publicitár­io, o Estado “deve definir, claramente, no caderno de encargos, o valor a atribuir para a divulgação das campanhas”.

“Isso daria ao Estado o conforto do controlo do seu investimen­to, tanto no lado das agências, quer no lado dos meios de comunicaçã­o social”, vinca Nuno Fernandes.

Entre outras responsabi­lidades, Nuno Fernandes é membro fundador da Associação Angolana das Empresas de Publicidad­e e Marketing e da Confederaç­ão de Publicidad­e dos Países de Língua Oficial Portuguesa.

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ANGOP Nuno Fernandes, da AAEPM

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