Jornal de Angola

Governo vai ser mais produtivo com a redução dos ministério­s

- César Esteves

O economista e jornalista Carlos Rosado de Carvalho acredita que a redução do número de ministério­s, de 28 para 21, e de directores nacionais e chefes de departamen­to, de 559 para 313, o Governo se tornará mais eficaz e menos burocrátic­o.

Ao comentar, quinta-feira, no noticiário principal da televisão privada Zimbo, sobre o novo organigram­a do Executivo, o também jornalista ressaltou que, com essas medidas, o Governo fica, de alguma maneira, bem na fotografia. “Passa a mensagem que, efectivame­nte, é necessário cortar, poupar e aligeirar as estruturas”, frisou.

Carlos Rosado de Carvalho sublinhou que, embora não existam teorias que afirmem que os governos pequenos chegam a ser melhores que os grandes, na prática, vêse que a maioria dos governos dos países mais desenvolvi­dos têm os governos relativame­nte pequenos e, com eles, conseguem atingir melhores resultados. “Embora existam excepções. Por exemplo, a Nova Zelândia, é um país desenvolvi­do, mas tem um governo com 50 e tal ministros. O mesmo se dá com o Japão”, realçou.

Carlos Rosado de Carvalho adverte, entretanto, para a necessidad­e de não se pensar que estes ajustes sejam consierado­s como a reforma do Estado. “Esta coisa de relacionar­em o corte dos ministério­s com a reforma do Estado suscita muitas dúvidas, porque estes têm a ver, segundo o Presidente da República, com a situação conjuntura­l que vivíamos”, destacou o economista, para quem reformar o Estado não pressupõe apenas a redução de ministério­s.

O início da reforma

Por outro lado, o analista de questões económicas acredita que essas alterações sejam o início da reforma.

Carlos Rosado de Carvalho defende que a reforma do Estado vai dar um novo ímpeto à passagem da Secretaria da Reforma do Estado para a Presidênci­a da República. “Presumo que, em função disso, vai haver maior autoridade nesses termos”, vaticina.

O economista admite haver ainda muita gordura para se cortar. Se se fizer isso, prosseguiu, estaríamos a praticar o ditado segundo o qual “grão a grão enche a galinha o papo”.

Em relação à poupança dos mais de mil milhões de kwanzas anuais, como resultado da redução do número de ministério­s, Carlos Rosado disse tratar-se de uma notícia agradável, mas, do ponto de vista do orçamento e dos custos com o pessoal, ainda é uma coisa “completame­nte insignific­ante”.

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