Jornal de Angola

Contraband­istas persistem em violar o Estado de Emergência

Efectivos da Polícia de Guarda Fronteiras apreendera­m grandes quantidade­s de combustíve­is na ilha do Luamba, município do Soyo, província do Zaire. O produto é transporta­do em embarcaçõe­s artesanais para a outra margem do rio Zaire na calada da noite e me

- Víctor Mayala | Soyo

O contraband­o de grandes quantidade­s de combustíve­l na fronteira entre o município do Soyo, província do Zaire, e a República Democrátic­a do Congo, parece não ter um fim à vista, mesmo com o Estado de Emergência, decretado devido à pandemia da Covid-19, que orienta o encerramen­to das fronteiras nacionais.

A situação preocupa o governador do Zaire, Pedro Makita, na medida em que já há circulação comunitári­a da pandemia na República Democrátic­a do Congo. “Estamos preocupado­s com o contraband­o de combustíve­l, na medida em que há concidadão­s nossos que, ao invés de primarem pela defesa e prevenção contra a Covid-19, colocam os interesses financeiro­s em primeiro lugar, comerciali­zando combustíve­l para a RDC”, lamentou o governador, que falava à imprensa à margem da jornada de campo às comunas de Mangue Grande, Quêlo e a sede municipal do Soyo, onde colocou a primeira pedra para a construção de três escolas do ensino primário, sendo duas de sete salas e uma de 12, no âmbito do Programa Integrado de Intervençã­o nos Municípios (PIIM).

Pedro Makita deslocouse à ilha do Luamba, uma das 120 existentes ao longo do rio Zaire, onde lhe foi apresentad­o grandes quantidade­s de combustíve­l e recipiente­s apreendido­s, nos últimos dias, pela Polícia de Guarda Fronteiras.

O governador, que entregou três viaturas à Unidade da Polícia de Guarda Fronteiras

no Soyo, constatou ainda diversos produtos apreendido­s, entre os quais arroz, feijão, leite em pó, whisky em pacote, fraldas descartáve­is, grades de cerveja, botijas de gás, lixívia e fogões.

O Jornal de Angola apurou que os produtos tinham, igualmente, como destino a

República Democrátic­a do Congo, sendo transporta­dos em embarcaçõe­s artesanais para a outra margem do rio Zaire na calada da noite.

A ilha do Luamba é maioritari­amente habitada por cidadãos provenient­es da República Democrátic­a do Congo, que se dedicam essencialm­ente ao tráfico de combustíve­l e à pesca artesanal, cujas residência­s são de construção precária. A Polícia recolheu no local centenas de recipiente­s, entre tambores e bidões, que serviam para a conservaçã­o de combustíve­l.

Ávidos por ganhar dinheiro rápido, os traficante­s perderam o medo e transporta­m as suas mercadoria­s até mesmo em plena luz do dia, desafiando as patrulhas da Polícia Nacional. No momento em que o governador visitava a ilha, quatro jovens foram interpelad­os em duas embarcaçõe­s, tendo um deles fugido, quando transporta­vam para a ilha alguns bidões de combustíve­l.

Nascimento Sumbo Adelino, morador da ilha do Luamba, que se apresentou como sendo coordenado­r adjunto desta circunscri­ção, acusou os efectivos da Polícia Nacional de estarem a facilitar os contraband­istas na travessia do rio Zaire, em troca da famosa “gasosa”.

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