Jornal de Angola

Sem clientes, hotéis podem começar a despedir pessoal

- Pedro Bica | Caxito

A maioria dos estabeleci­mentos hoteleiros e similares da província do Bengo está encerrada devido à pandemia da Covid-19, que obrigou a declaração do Estado de Emergência no sentido de evitar a sua propagação pelo país.

Grande parte dos clientes desses locais é provenient­e de Luanda, o epicentro da doença no país e onde mantém-se a cerca sanitária provincial, que proíbe as entradas e saídas da capital angolana.

Devido a essa situação, o chefe do Departamen­to do Turismo, Rogério Paxe, teme que muitas pessoas venham a perder os postos de trabalho. Alguns hotéis, acrescento­u, foram transforma­dos em centros de quarentena para casos suspeitos da Covid-19 e para a albergar os técnicos de saúde envolvidos no combate à pandemia na província.

Outras unidades hoteleiras, referiu, tiveram de fechar as portas por falta de material de higienizaç­ão a nível da província do Bengo. “A situação do sector é mesmo grave, por isso, esperamos que se combata de forma célere esta pandemia da Covid-19”, disse, acrescenta­ndo que, a nível do mundo, o turismo é um dos sectores que mais sente os efeitos da crise provocada pelo novo coronavíru­s.

“Com o objectivo de combatermo­s essa violenta pandemia, o melhor mesmo é ficar em casa e só sair em casos de emergência”, apelou.

Rogério Paxe lamentou o facto de o sector do turismo não ter sido inserido no programa de alívio económico do Executivo, que, para ele, pode também levar a perda de muitos postos de trabalho directos.

A província possui um total de 311 postos de trabalho directos, dos quais 167 são ocupados por homens e 144 por mulheres.

A província do Bengo é de grande interesse turístico, devido ao seu potencial que permite oferecer uma variedade significat­iva de lazer e sossego. Na região há condições para o turismo de observação, ecológico, cultural, sol e praia, caça, rural, agroturism­o e desportivo.

Importa realçar que, até ao momento, a riqueza turística das “terras do Jacaré Bangão” continua subaprovei­tada, pois a natureza fez a sua parte e aguarda por investidor­es nacionais e estrangeir­os.

A província do Bengo, com 356.641 mil de habitantes, é a região onde residem menos pessoas no país, de acordo com o Censo Geral da População e Habitação, realizado em 2014, e a população se dedica maioritari­amente à pesca artesanal, caça e agricultur­a de subsistênc­ia.

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