Sem clientes, hotéis podem começar a despedir pessoal
A maioria dos estabelecimentos hoteleiros e similares da província do Bengo está encerrada devido à pandemia da Covid-19, que obrigou a declaração do Estado de Emergência no sentido de evitar a sua propagação pelo país.
Grande parte dos clientes desses locais é proveniente de Luanda, o epicentro da doença no país e onde mantém-se a cerca sanitária provincial, que proíbe as entradas e saídas da capital angolana.
Devido a essa situação, o chefe do Departamento do Turismo, Rogério Paxe, teme que muitas pessoas venham a perder os postos de trabalho. Alguns hotéis, acrescentou, foram transformados em centros de quarentena para casos suspeitos da Covid-19 e para a albergar os técnicos de saúde envolvidos no combate à pandemia na província.
Outras unidades hoteleiras, referiu, tiveram de fechar as portas por falta de material de higienização a nível da província do Bengo. “A situação do sector é mesmo grave, por isso, esperamos que se combata de forma célere esta pandemia da Covid-19”, disse, acrescentando que, a nível do mundo, o turismo é um dos sectores que mais sente os efeitos da crise provocada pelo novo coronavírus.
“Com o objectivo de combatermos essa violenta pandemia, o melhor mesmo é ficar em casa e só sair em casos de emergência”, apelou.
Rogério Paxe lamentou o facto de o sector do turismo não ter sido inserido no programa de alívio económico do Executivo, que, para ele, pode também levar a perda de muitos postos de trabalho directos.
A província possui um total de 311 postos de trabalho directos, dos quais 167 são ocupados por homens e 144 por mulheres.
A província do Bengo é de grande interesse turístico, devido ao seu potencial que permite oferecer uma variedade significativa de lazer e sossego. Na região há condições para o turismo de observação, ecológico, cultural, sol e praia, caça, rural, agroturismo e desportivo.
Importa realçar que, até ao momento, a riqueza turística das “terras do Jacaré Bangão” continua subaproveitada, pois a natureza fez a sua parte e aguarda por investidores nacionais e estrangeiros.
A província do Bengo, com 356.641 mil de habitantes, é a região onde residem menos pessoas no país, de acordo com o Censo Geral da População e Habitação, realizado em 2014, e a população se dedica maioritariamente à pesca artesanal, caça e agricultura de subsistência.