Rússia nega acusações de pirataria contra Merkel
A Rússia rejeitou, ontem, as acusações da Alemanha de que piratas informáticos russos teriam visado Angela Merkel em 2015, alguns dias depois de a Chanceler alemã fazer duras observações sobre este assunto.
“Cinco anos se passaram, mas não foram fornecidos factos concretos (que apoiem a tese de uma pirataria russa)”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, numa entrevista ao “media” russo RBK.
“Não há evidências contra a Rússia”, disse, ontem, Lavrov. A Chanceler alemã, Angela Merkel, afirmou, na quarta-feira, possuir “provas” de tentativas “escandalosas” de “pirataria” informática russa que a teriam visado.
“Posso dizer honestamente que isso me incomoda. Cada dia, tento garantir as melhores relações com a Rússia, e, por outro lado, existem provas tão tangíveis de que as forças russas cometem esses actos”, declarou a chanceler, na quartafeira, perante os deputados reunidos no Bundestag (câmara baixa do Parlamento). Merkel referia-se a um ciber-ataque, em 2015, dirigido ao Bundestag e aos serviços atribuídos ao GRU, o serviço de informação militar russo.
Segundo os ‘media’ alemães, os piratas informáticos também procuravam obter dados pessoais na caixa de mensagens da Chanceler.
Segundo Merkel, foi identificado um suspeito pelos investigadores.
“Mantemos sempre o direito de adoptar medidas, incluindo contra a Rússia”, ameaçou a chanceler, que se referiu a um acto “escandaloso”.
“É uma estratégia que é aplicada” pela Rússia, incluindo a “deformação dos factos”, prosseguiu Merkel.
Neste contexto, “decerto que não é fácil” continuar a tentar promover uma melhor relação com Moscovo, acrescentou.
A chanceler também se referiu à morte, em Berlim, em 2019, de um georgiano de origem chechena com o envolvimento, segundo diversos ‘media’, dos serviços de informações russos.