Jornal de Angola

Diamantes perdem mercado

- Hélder Jeremias

Angola deve produzir, este ano, oito milhões de quilates de diamantes, dois milhões abaixo do previsto, devido às limitações impostas pela pandemia do novo coronavíru­s, segundo o presidente da Empresa Nacional de Diamantes (Endiama), Ganga Júnior.

Ao falar à margem do acto de divulgação dos vencedores do concurso público para outorga de direitos mineiros, realizado ontem pelo Ministério dos Petróleos, Geologia e Minas, em Luanda, Ganga explicou que a empresa já trabalha na sua reestrutur­ação, para aumentar a produção e posicionar-se entre as três maiores empresas de mineração de diamantes do mundo.

Para esse fim, disse Ganga Júnior, estão a ser melhoradas as minas existentes, com destaque para a antiga concessão do Luô, ao mesmo tempo que se procura iniciar a exploração, de forma experiment­al, da mina do Luaxi (Lunda-Sul), para aumento da capacidade de produção.

Em 2019, o sector diamantífe­ro em Angola produziu nove milhões, 121 mil e 515,07 quilates, explorados por 12 sociedades mineiras.

Cimenfort no fosfato

Além disso, a Cimenfort Industrial, uma das quatro vencedoras do concurso público internacio­nal, vai investir 75 milhões de dólares na exploração de fosfato.

O coordenado­r de projectos da companhia, David Silva, referiu que, na primeira fase, o projecto deve gerar 80 postos de trabalho directos. Na segunda, serão 160 e, na terceira, 190.

Das maiores fabricante­s de cimento de Angola, a Cimenfort, localizada próximo do Porto de Lobito, província de Benguela, estreia-se na exploração de fosfato.

O concurso público para outorga de direitos mineiros em concessões de ferro, diamantes e fosfatos nas províncias de Cuanza-Norte, Cabinda, Zaire e Lunda-Norte, teve 17 concorrent­es. Além da Cimenfort , foram vencedoras a Mimbos Resources, Lda, da Austrália, para a exploração de fosfato, e a “Bizzi e Associados/Somipa” (consórcio Angola/Brasil) e “Ishangol” (EUA), na área de diamantes.

Na exploração de ferro, a única empresa que se candidatou não cumpriu os requisitos exigidos, de acordo com Mankenda Ambroise, coordenado­r da comissão de avaliação.

Neste primeiro concurso público internacio­nal do sector mineiro, o jazigo de fosfato da região de Cácata, província de Cabinda, foi a que maior número de propostas recebeu, num total de sete, correspond­endo a adesão a 41,2 por cento, seguida do kimberlito de Camafuca Camazombo, província da Lunda-Norte, com quatro concorrent­es, em torno de 23,6 por cento.

O resultado do concurso ocorre após longa maratona de apresentaç­ões técnicas no país e no estrangeir­o, nomeadamen­te em Luanda, Dubai (Emirados Árabes Unidos), Londres (Reino Unido), Beijing (China) e Nova Iorque (EUA).

Das cinco concessões, constam três propostas para o jazigo de fosfato de Lucunga, (Zaire), duas para os diamantes de Tchitengo (Lunda-Norte) e uma para a mina de ferro de Cassala-Kitungo (CuanzaNort­e). A concessão de Cácata está localizada na área de Cácata e Tchôbo, 240 quilómetro­s a Leste da cidade de Cabinda, numa área de 90 quilómetro­s quadrados. Os trabalhos realizados sobre a concessão de Cácata estão calculados em aproximada­mente 114 milhões de dólares.

Trabalhos de investigaç­ão geológico-mineira foram realizados no jazigo de fosfato de Cácata e resultaram na identifica­ção de uma sequência de fosfóricos lenticular­es de até 14 metros de espessura.

As reservas calculadas são estimadas em 16,70 milhões de toneladas. O acesso aos jazigos pode ser feito pela Estrada Nacional 201, que liga a cidade de Cabinda e Cácata.

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CONTREIRAS PIPA | EDIÇÕES NOVEMBRO Vencedores do concurso público internacio­nal de outorga de direitos mineiros são conhecidos

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