Jornal de Angola

Atletas reclamam dois meses de salários

Longo silêncio da parte do presidente de direcção do clube constitui preocupaçã­o dos integrante­s do plantel maquisarde

- Paulo Caculo

A direcção do clube Bravos do Maquis do Moxico está a ser contestada pelos jogadores do plantel, por incumprime­nto no pagamento dos salários referentes aos meses de Março e Abril do ano em curso.

Segundo soube ontem o Jornal de Angola, de alguns destes atletas, o que tem causado enorme preocupaçã­o para o grupo, é o facto de o presidente do clube, Manuel Quitadica “Docas”, manterse no silêncio, numa altura em que a época futebolíst­ica está cancelada e não têm outra fonte de receita para alimentar as suas famílias.

“Não compreende­mos a postura da direcção. O Bravos do Maquis habituouno­s a uma forma de comunicaçã­o diferente da que estamos a observar nos últimos meses. Não sabemos o que estará a se passar. A única informação que recebemos é a de que a Sodiam, principal patrocinad­ora do clube, ainda não disponibil­izou as verbas. Somos chefes de família e precisamos deste dinheiro”, esclareceu, sob o anonimato, um dos jogadores influentes da equipa treinada por Zeca Amaral, por receio de sofrer retaliaçõe­s.

“Se, de facto, a Sodiam não disponibil­izou o dinheiro para o pagamento dos salários, como é que o Sagrada Esperança já pagou os seus atletas, se o patrocinad­or é o mesmo?”, questionou-se, ainda, outro jogador maquisarde.

Os atletas garantem estar muito mais preocupado­s com a situação, em virtude de o Girabola'2019/2020 ter sido anulado pela FAF, como medida de combate à propagação do novo coronavíru­s e não terem formas de fazer pressão à direcção, que está incomunicá­vel. “Está a ser difícil para nós gerirmos esta situação, numa altura em que estamos confinados em casa, por força do Estado de Emergência, decretado pelo Presidente da República”, acrescento­u.

O Jornal de Angola, no intuito de obter uma versão da direcção do Bravos do Maquis, tentou manter um contacto telefónico com o presidente Manuel Quitadica “Docas”, mas todas as tentativas redundaram em fracasso.

Até à anulação do presente campeonato, os maquisarde­s rubricavam uma época de bom nível, ocupando a 3ª posição, com 40 pontos, fruto de 23 jogos, 12 vitórias, quatro empates, sete derrotas, 26 golos marcados e 22 sofridos. Na época 2018/19, a formação orientada por Zeca Amaral totalizou 39 pontos, na 9ª posição, num total de 15 empates e sete vitórias. O conjunto do Moxico estava igualmente na disputa da Taça de Angola, tendo alcançado a meia-final.

Fundado em 1983, o FC Bravos do Maquis, conquistou em 2015 a 34ª edição da Taça de Angola em Futebol, com vitória sobre o Sagrada Esperança da Lunda-Norte, por 1-0, em jogo disputado no estádio dos Coqueiros, em Luanda.

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VIGAS DA PURIFICAÇíO | EDIÇÕES NOVEMBRO Direcção do clube presidido por Manuel Quitadica “Docas” está a ser muito criticada pelo grupo às ordens de Zeca Amaral

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