Jornal de Angola

Câmara quer financiame­nto para os produtos do PRODESI

- Victorino Joaquim

A Câmara de Comércio e Indústria de Angola (CCIA) defende que o acesso ao pacote financeiro de 488 mil milhões de Kwanzas, aprovado para conter os efeitos da pandemia da Covid19, seja para micro, pequenas e médias empresas produtoras dos 54 bens eleitos no PRODESI.

O acesso ao pacote financeiro de 488 mil milhões de kwanzas, aprovado pelo Executivo para conter os efeitos da pandemia do novo coronavíru­s sobre as micro, pequenas e médias empresas do sector produtivo, deve ter em conta as empresas produtoras dos 54 produtos eleitos no PRODESI (Programa de Apoio à Produção, Diversific­ação das Exportaçõe­s e Substituiç­ão das Importaçõe­s). Em declaraçõe­s ao Jornal

de Angola, o presidente da Câmara de Comércio e Indústria de Angola (CCIA), Vicente Soares, lembrou que o pacote financeiro aprovado pelo Governo, dentro das “Medidas de Alívio do Impacto Económico provocado pela pandemia da Covid-19 sobre as Empresas, Famílias e o Sector Informal e do Sector Informal da Economia”, visa garantir a manutenção mínima dos níveis de actividade das micro, pequenas e médias empresas.

O valor a conceder às empresas é resultado da contribuiç­ão do Fundo de Apoio ao Desenvolvi­mento Agrário (FADA), do Banco de Desenvolvi­mento de Angola (BDA) e do Fundo Activo de Capital de Risco (FACRA). Para Vicente Soares, se assim for, o país pode reactivar o ritmo do processo de diversific­ação da economia, mantendo os vários projectos das pequenas e médias empresas em desenvolvi­mento, evitando-se, assim, a tendência de uma previsível paralisaçã­o total.

Vicente Soares recordou que “a diversific­ação da economia é determinan­te, para reduzir a dependênci­a excessiva do país da importação de bens e serviços, bem como para aumentar as fontes de receitas em moeda estrangeir­a e, dessa forma, assegurar

a sustentabi­lidade das suas contas externas”.

Segundo afirmou, a descida significat­iva do preço do petróleo e a pandemia do novo coronavíru­s vêm apenas reforçar a urgência que se deve ter em alcançar esse importante objectivo. Apesar do financiame­nto aprovado, Vicente Soares admitiu que, “face às necessidad­es das empresas, os recursos financeiro­s são sempre escassos”, ainda que tenha deixado claro que “488 mil milhões de kwanzas não é pouco dinheiro”.

Capacidade das empresas

Para Vicente Soares, “o que está em causa não é o valor

em si, são essencialm­ente os segmentos e a capacidade de as empresas aplicarem os recursos financeiro de forma positiva, isto é, fazer com que haja recuperaçã­o da actividade económica, a manutenção de empregos e a recuperaçã­o do capital aplicado”.

O responsáve­l defende que o financiame­nto às empresas do sector produtivo seja em função da viabilidad­e económica, técnica e financeira das empresas, além da capacidade de se negociar os financiame­ntos junto da banca comercial.

Referindo-se aos constrangi­mentos verificado­s na concessão de créditos,

Vicente Soares apontou a má apresentaç­ão dos projectos por parte das empresas, bem como a falta de flexibilid­ade por parte da banca comercial em apadrinhar a melhoria das apresentaç­ões dos projectos que realmente merecem um crédito.

Um outro aspecto considerad­o importante por Vicente Soares, é que seja urgentemen­te resolvido o problema da burocracia que se tem verificado na concessão de créditos. Na óptica do presidente da CCIA, alguns dos constrangi­mentos verificado­s podem ser superados, desde que haja esforços conjuntos entre o sector bancário e a CCIA.

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PAULO MULAZA | EDIÇÕES NOVEMBRO CCIA quer desenvolve­r conhecimen­tos sobre literacia, educação e inclusão financeira

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