As TIC concorrem muito para o crescimento
Onde se deve centrar o pilar da nova estratégia para as TIC em Angola?
Angola devia ambicionar implementar uma rede com qualidade, baseada nos padrões internacionais, com cobertura nacional, integrada na região da SADC, com capacidade de armazenamento local de dados, visando tornar Angola numa “HUB” de dados em África e garantindo a soberania dos nossos dados.
O que dizer sobre a regulamentação e início da implementação prática no Decreto Presidencial nº 166/14? Que vantagens e desvantagens?
A intenção que levou ao referido regulamento é bastante nobre, se nos atermos às questões estéticas nas infraestruturas nos espaços públicos. A visão do Governo foi catalisar a expansão de redes, evitando sobreposição das mesmas em determinados traçados, em detrimento de outros e, também, optimizando os investimentos dos operadores. Porém, o referido regulamento carece de algumas melhorias, do ponto de vista da aplicação prática. Em alguns aspectos ,pareceme algo vago, o que leva a diferentes interpretações. De qualquer das formas, é de louvar a intenção do Governo, por via do regulador, um aspecto que até então não tinha qualquer suporte legal. Igualmente, aproveito a oportunidade para, publicamente, parabenizar o INACOM (Instituto Angolano de Comunicações) pelo envolvimento de todos os intervenientes do ecossistema das TIC na melhoria do sistema de partilhas, através do comité de partilha (INFRACOM).
O Governo publicou a sua visão e as principais estratégias para o desenvolvimento das TIC. Que comentários se lhe oferece fazer?
A estratégia do Governo expressa no Livro Branco das TIC reflecte (ou reflectia) uma visão do posicionamento de Angola no contexto africano. Este plano estratégico (pelo menos o que conheço) continha uma série de etapas, muitas das quais não foram bem sucedidas, tal como a reabilitação da infra-estrutura de base da TIC já referenciados. Outras, como a liberalização e regulamentação do sector, foram e continuam a ser, de algum modo, implementadas com sucesso. Entretanto, pareceme necessário a revisão do plano estratégico, tendo como base a realidade actual das TIC em Angola, assim como da própria economia.