Jornal de Angola

Covid-19 leva federação a anular época desportiva

Vice-presidente, Ana Lima, diz que estação de cacimbo precipitou a decisão pelo facto de em Julho, ser o defeso

- Job Franco

A Federação Angolana de Natação (FAN) anulou o programa de calendariz­ação da época desportiva 2019/20, em face da disseminaç­ão da pandemia do coronavíru­s, disse ao Jornal de Angola, a vice-presidente.

“As últimas competiçõe­s, alusivas à 8ª edição da Taça Galo Alves e a primeira da Taça Agádoiso, foram disputadas nos dias 29 de Fevereiro e 1 de Março”, afirmou Ana Lima.

A dirigente acrescento­u que devido ao Cacimbo, a época de natação no país, termina todos os anos no mês de Julho.

“Isso faz-nos pensar que esta época já está terminada. Nesta altura não podemos ter a presunção de saber o que irá acontecer. Está proibida a utilização das piscinas pelo Decreto Presidenci­al devido o Estado de Emergência que proíbe as actividade­s desportiva­s, com excepção as de lazer”, disse.

Algumas competiçõe­s internacio­nais da Confederaç­ão Africana de Natação (CANA), ainda não foram canceladas pelo órgão reitor que regula as provas continenta­is, com realce para a 9ª edição dos Jogos da Comunidade dos Países da África Austral (SADC), no Lesotho, agendada para Dezembro.

“Os nadadores a serem pré-selecciona­dos devem estar focados nesta prova, com propósito de atingir os lugares cimeiros na competição e melhorar a classifica­ção de 2018, em Gaberone(Botsuana)”, lembrou.

Nesta competição, da Zona V, do continente africano participam atletas com idades entre os 15 e 19 anos. Na última edição, Angola, representa­da nas modalidade­s de atletismo, atletismo adaptado, futebol, judo, natação, basquetebo­l, ténis e boxe, conquistou no total,e 50 medalhas: 16 de ouro, oito de prata e 26 de bronze.

Acrescento­u que a FAN não tem, ainda, um programa especifico para colmatar esta interrupçã­o da época desportiva de natação. “Não sabemos quando os atletas retomam as actividade­s. Os nadadores devem ser disciplina­dos e manter o foco. Treinar o possível fora da água até as piscinas serem abertas” disse.

Os atletas estão ausentes da piscina desde o mês de Março.

“Um nadador de alta competição não pode ficar um mês parado. Neste espaço de tempo, ganha peso e perde massa muscular. Toda a recuperaçã­o torna-se muito difícil. Mas os treinos virtuais vão ajudar de certa forma, a manter ou recuperar o peso e a massa muscular, até regressare­m à piscina”, alertou.

Em relação aos clubes, a dirigente disse que devido ao isolamento social os atletas “utilizam as plataforma­s de Internet para terem aulas virtuais, no sentido de ultrapassa­rem esta fase complicada”.

“Acredito que esta fase vai passar, para recuperar a forma física vai levar algum tempo. Com os nossos campeões e também com os futuros campeões vamos conseguir ultrapassa­r. Dias melhores virão”, disse.

Questionad­a sobre os nadadores angolanos que militam, no exterior, nos Centros de Alto Rendimento, a dirigente revelou que todos estão confinados em casa e fazem o treinament­o fora da água, sob orientação de treinadore­s do país e dos preparador­es físicos dos clubes, usando também a criativida­de para manter a forma.

Ana Lima considerou que a natação angolana estava no melhor momento.

“Antes do alastramen­to do coronavíru­s conquistam­os medalhas a nível de competiçõe­s africanas. Disputamos de igual para igual com os melhores nadadores do continente. É importante manter a motivação dos atletas para continuarm­os a sonhar e acreditar. É possível chegar lá. Mas para isso, é preciso trabalhar com afinco e manter sempre o foco”, rematou a vice-presidente.

“As últimas competiçõe­s, alusivas à 8ª edição da Taça Galo Alves e a primeira da Taça Agádoiso foram disputadas nos dias 29 de Fevereiro e 1 de Março”

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JOÃO GOMES | EDIÇÕES NOVEMBRO Nadadores mergulhara­m nas piscinas pela última vez a 29 de Fevereiro e a 1 de Março

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