Jornal de Angola

Destino dos prémios ganhos

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Havia anos em que o grupo dividia os prémios pelos seus integrante­s. Segundo António Custódio, foi numa fase em que “achávamos que o dinheiro era fácil de se conseguir, porque as coisas no mercado estavam mais acessíveis e o custo de vida não era tão difícil como agora”.

Esse comportame­nto custou caro ao grupo.

Actualment­e, disse o responsáve­l, parte do dinheiro vai para os cofres e outra para a confratern­ização. Para terem o grupo a desfilar na Marginal, elucidou, precisam gastar, no mínimo, 11 milhões de kwanzas. O dinheiro que recebem como prémio não chega para cobrir as despesas, pelo que todos os anos existe um défice.

Só em alegorias, explicou, o grupo tem uma despesa de três milhões de kwanzas. “Se cada empresário transferis­se 30 mil kwanzas, durante o ano, para a conta do grupo, na época do Carnaval já não teríamos a necessidad­e de solicitar avultadas somas financeira­s”.

Escolha dos temas

A vocalista principal do grupo e o vice-presidente têm a missão de trabalhar juntos na produção do tema. O conteúdo da música deve estar em concordânc­ia com alegoria e os outros elementos do grupo, para existir uma simbiose entre a dança e música.

Embora tenham uma história por preservar, segundo a vocalista principal do grupo, Tonicha Miranda, há a necessidad­e de se fazer inovações, no sentido de tornar a maior manifestaç­ão cultural do país num produto mais atractivo na promoção do turismo cultural.

A canção “Kuboca”, muito cantada pelos pescadores em momentos de nostalgia,segundo Tonicha Miranda, nos últimos tempos tem sido adaptada para uma cadência rítmica mais acelerada, para torná-la mais dançante. “O mais difícil é fazer o enquadrame­nto temático dentro de uma sonoridade mais rítmica, por causa da fonética da língua kimbundu”.

Como artista, Tonicha preferia cantar ao vivo, por exigir maior criativida­de dos intérprete­s, sendo que a maior dificuldad­e seria a criação de condições técnicas no local da actividade. “Gravar as canções em estúdio chega a ser mais cansativo. Já tive algumas experiênci­as radiofónic­as e é possível cantar ao vivo. Isso permitiria trazer alguma originalid­ade ao Carnaval”, defendeu.

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