Para melhorar o Carnaval
Uma das sugestões apresentadas pelo presidente do União Mundo da Ilha, para tornar mais renhida a competição em Luanda, é a realização anual de apuramento nos municípios. Desta forma, o vencedor, disse, representaria o município no desfile central do Carnaval de Luanda. Isso, acrescentou, permitiria a redução dos grupos, do tempo e dos gastos financeiros. “Teríamos um Entrudo mais competitivo e menos desgastante”. Na sua visão, isso obrigaria os foliões a concentraremse apenas num único grupo, em representação da sua municipalidade.
António Custódio referiu que o “ciclo rotativo da vida faz parte do processo natural da humanidade”, razão pela qual, “com o passar dos anos, o União Mundo tem procurado fazer o devido enquadramento dos jovens, em substituição dos mais velhos, que, vencidos pelos solavancos da vida, vão passando o legado às novas gerações. Uns encontram-se doentes e outros já faleceram. As poucas senhoras que resistem ao tempo tomaram o lugar de conselheiras. Desempenham as funções de ‘protectoras’, com a missão de afugentar todos os males”. De tal modo que nada é feito sem o consentimento delas, explica o presidente.
“Desde a escolha dos panos, das alegorias às canções, tudo merece a aprovação das conselheiras. Se não forem ouvidas, pode dar azar”, garantiu António Custódio.
Nova sede
O grupo União Mundo da Ilha tem um presidente, via ce-presidente, secretáriogeral, financeiro e um vogal que responde pela área infantil. O grupo já está a trabalhar no sentido de se transformar em associação. “Estamos a trabalhar na regulamentação dos estatutos e na legalização do grupo”, adiantou o presidente.
Os novos tempos, reconheceu, obrigam os grupos a serem mais criativos e auto-sustentados. Porém, disse, existem constrangimentos que precisam de ser bem analisados. De acordo com “Mano” Custódio, como é carinhosamente tratado na comunidade, os grupos precisam de ter sede própria e financiamentos.
Como exemplo, destacoua importância das administrações municipais e distritais“fazerem corredores” junto dos empresários locais, para o fomento das actividades artísticas, tirando o maior proveito da Lei do Mecenato. Uma das medidas seria fazer os grupos participarem nas actividades sócio-culturais das empresas a custo zero. Em contrapartida, as empresas financiariam os grupos na época do Carnaval. “Infelizmente, não se tem tido o apoio necessário para a potencialização dos grupos”, lamentou, defendendo que a Lei do Mecenato deve ser melhor clarificada e divulgada.
A falta de um patrocinador, realçou, tem inviabilizado a materialização de vários projectos do grupo, principalmente a construção de uma nova sede. “A intenção é construirmos um novo edifício, para tirarmos melhor rendimento. A situação financeira ainda não nos permite realizar esse sonho”.