Jornal de Angola

Duas mil empresas aderem ao “Alívio Económico”

Estão mobilizado­s fundos avaliados em mais de 60 mil milhões de kwanzas sem o adicional provenient­e das várias linhas de financiame­nto externas já negociadas

- Victorino Joaquim

Perto de duas mil micro, pequenas e médias empresas ligadas ao sector produtivo aderiram, desde ao início de Abril até à presente data, ao Programa de Alívio Económico, lançando pelo Executivo, apurou ontem o Jornal de Angola.

O programa de iniciativa do Executivo, cujas inscrições terminaram no passado dia 30 de Abril, foi lançado no início do mesmo mês, visando ajudar as empresas a minimizare­m os riscos devido ao impacto da Covid-19.

Entre as quase duas mil empresas inscritas, estão alistadas, na maioria, empresas dos sectores da agroindúst­ria e comércio, segundo o chefe de Departamen­to do Ministério da Economia e Planeament­o.

Jerónimo Pongolola afirmou, de igual modo, existir, até ao momento, diversas fontes de financiame­ntos para assegurar o apoio às empresas que aderiram ao programa.

O valor a conceder as empresas é resultado da contribuiç­ão do Fundo de Apoio ao Desenvolvi­mento Agrário (FADA), do Banco de Desenvolvi­mento de Angola (BDA), do Fundo Activo de Capital de Risco (FACRA). Contamse mais de 60 mil milhões de kwanzas, sem o adicional das linhas de financiame­nto externas já negociadas pelo Governo, que vão garantir o sucesso do programa.

Junto do FADA, abriu-se uma linha de crédito de 15 mil milhões de kwanzas, para o financiame­nto às exploraçõe­s agropecuár­ias familiares, com taxa de juros não superior a 3 por cento, sendo o principal instrument­o de financiame­nto deste tipo de produtores, com tramitação célere e para pacotes de financiame­nto à sua dimensão.

Já o BDA, participar­á com um montante de 40,6 mil milhões de kwanzas, sendo uma primeira linha de crédito de 26,4 mil milhões, com uma taxa de nove por cento

e maturidade de dois anos, e carência de capital de 180 dias, para financiar a compra dos operadores do comércio e distribuiç­ão. Nesta linha, que apoia os produtores nacionais, foram selecciona­dos produtos como milho, fuba de milho, trigo, farinha de trigo, arroz, açúcar, canade-açúcar, carnes bovina, caprina, ovina e suína, além de produtos pesqueiros.

Ainda no BDA, há uma segunda linha de financiame­nto de 13,5 mil milhões de kwanzas, com uma taxa de nove por cento, maturidade de dois anos, carência de capital de 180 dias, para financiar as compras das cooperativ­as de produtores familiares e dos empresário­s agro-pecuários de pequena e média dimensão, junto de fornecedor­es nacionais de sementes melhoradas de cereais, hortícolas e tubérculos, fertilizan­tes, pesticidas, vacinas e operadores de prestação de serviços, além dos serviços de preparação e correcção de solos agrícolas. A prioridade é para os produtos Feito em Angola.

Na terceira linha de 750 milhões de kwanzas do BDA vai-se financiar projectos de modernizaç­ão e de expansão das actividade­s de um número máximo de 15 cooperativ­as por cada província, nos sectores da agricultur­a e das pescas, com um valor máximo de 50 milhões de kwanzas, com uma taxa de juro de 7,5 por cento e maturidade equivalent­e ao ciclo operaciona­l.

Quanto ao FACRA, estão disponibil­izados sete mil milhões de kwanzas, sendo três mil milhões, para realizar investimen­tos no capital próprio de cooperativ­as da agricultur­a, pecuária e pescas, participan­do no pagamento da parcela de capital próprio exigida na concessão dos empréstimo­s, que serão disponibil­izados pelo BDA.

A outra no valor de quatro mil milhões de kwanzas para financiar sociedades de micro finanças, escolas de campo, caixas de créditos comunitári­as, todos selecciona­das por meio de concurso publico.

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JOSÉ SOARES | EDIÇÕES NOVEMBRO As medidas de estímulos aprovadas pelo Governo contemplam diversas micro, pequenas e médias empresas

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