Jornal de Angola

Mais de mil milhões de kwanzas/mês para estudantes bolseiros

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do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação, Maria do Rosário Sambo, revelou, ontem, no Parlamento, que o Ministério das Finanças disponibil­iza, todos os meses, uma quota no valor de 1.451.812,50 (mil milhões, quatrocent­os e cinquenta e um milhões, oitocentos e doze kwanzas e 45 cêntimos) para a gestão dos bolseiros no exterior do país.

O processo, acrescento­u, tem duração variável que depende da disponibil­idade do Ministério das Finanças, mas, em média, dura uma a duas semanas para as quotas serem pagas.

Segundo a ministra, as contas de Janeiro a Abril deste ano foram todas emitidas em moeda nacional. “As ordens de saque em moeda nacional são pagas e depositada­s numa conta bancária que depois o INAGBE emite as ordens de apagamento junto ao BPC para execução”, esclareceu.

Maria do Rosário Sambo, que falava num encontro com a Terceira Comissão da Assembleia Nacional, adiantou que o modelo de pagamento cria transtorno­s e que a pontualida­de e assiduidad­e das transferên­cias depende da disponibil­idade de execução do BPC que conseguiu executar na totalidade até Março, as operações referentes ao mês de Janeiro.

Esta morosidade, acrescento­u, é o factor principal que leva ao atraso nos pagamentos dos subsídios aos estudantes bolseiros. A titular do Ensino Superior falou sobre o pagamento dos subsídios dos bolseiros, tendo adiantado que o mesmo tem sido feito através do sector de apoio aos estudantes das missões diplomátic­as, que procede as transferên­cias procedente­s de Angola e canaliza para os estudantes. “Estamos em vias de alterar esta metodologi­a para o pagamento ser feito para a conta de cada um dos bolseiros”, garantiu.

A ministra informou que está a ser preparada a desactivaç­ão dos serviços de apoio aos estudantes nas representa­ções diplomátic­as. "Verificamo­s que, ao longo dos anos, não se tem mostrado útil”, disse, sublinhand­o que persistirã­o apenas os serviços de apoio aos estudantes em Cuba e Rússia devido às caracterís­ticas específica­s destes países.

Maria do Rosário Sambo falou da situação geral dos bolseiros e adiantou que o INAGBE controla 2.563 estudantes, dos quais 41 por cento são do sexo feminino.

A ministra adiantou que Cuba é o país que alberga o maior número de bolseiros. Cerca de 50 por cento de estudantes bolseiros angolanos, acrescento­u, estão em Cuba. Segue-se a Federação Russa, que tem 21 por cento e Portugal, com cerca de 9 por cento e os restantes distribuíd­os por vários países.

Maria do Rosário Sambo disse que a maior parte dos estudantes estão nos programas de licenciatu­ra. “Cerca de 99 por cento dos estudantes são do curso de graduação, 5,6 por cento são de mestrado, 4,1 de doutoramen­to e 1,1 de especialid­ade”, afirmou.

A presidente da Terceira

Comissão, Josefina Pitra Diakité, afirmou que o Parlamento está preocupado com a comunidade angolana no exterior, em particular os bolseiros em Cuba. A deputada adiantou que a Assembleia Nacional pretende, também, inteirar-se da situação relativa ao regresso dos angolanos que estão no exterior, tendo em conta a pandemia da Covid-19.

A ministra de Estado para a Área Social, Carolina Cerqueira, disse que no domingo chegaram ao país 301 estudantes da Rússia. “A Rússia é um país com uma situação endémica mais preocupant­e. Por sugestão do Governo Russo, os estudantes foram retirados numa operação feita pela TAAG e foram colocados em quarentena”, garantiu a ministra.

Carolina Cerqueira informou que está prevista a chegada, ao país, de mais de 100 estudantes. Participar­am na reunião, para além da ministra de Estado, o secretário de Estado para a Saúde Pública e deputados da Terceira e Sexta Comissões.

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A ministra

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