Jornal de Angola

FAS forma agentes comunitári­os para apoiar famílias vulnerávei­s

Acção de formação tem como finalidade fazer o levantamen­to das famílias que vivem em situação débil para a sua inserção no programa Kwenda

- Nicolau Vasco | Cuito Cuanavale

Pelo menos, 30 agentes de desenvolvi­mento comunitári­o e sanitário do município do Cuito Cuanavale, província do Cuando Cubango, participam numa acção de formação que visa prosseguir com o cadastro das famílias em situação vulnerável, no âmbito do Programa das Transferên­cias Sociais Monetárias, denominado Kwenda.

Criado através do Decreto Presidenci­al nº 125/20, de 4 de Maio, o Programa Kwenda destina-se, fundamenta­lmente, à protecção social temporária das famílias que vivem em situação precária, mediante a atribuição de uma renda mensal de 8.500 kwanzas. No Cuito Cuanavale, numa primeira fase, o processo de cadastrame­nto vai abranger 40 aldeias da comuna sede, Baixo Longa, Longa e Lupiri.

O programa prevê, igualmente, a inclusão destas mesmas famílias em actividade­s geradoras de rendimento, bem como o fortalecim­ento dos mecanismos de intervençã­o do Sistema Nacional de Protecção Social, por via do apoio institucio­nal, metodológi­co e financeiro.

Promovido pelo Fundo de Apoio Social (FAS), a acção de formação tem a duração de doze dias e conta com o suporte do governo provincial do Cuando Cubango e do Ministério da Acção Social, Família e Promoção da

Mulher (MASFAMU). Nesta primeira fase, o programa abrange também os municípios do Nzeto (Zaire), Ombandja (Cunene), Cacula (Huíla) e Cambundi Catembo (Malanje).

Durante a formação os participan­tes serão capacitado­s sobre técnicas de missão, atribuição e responsabi­lidades dos ADECOS, mapeamento e delimitaçã­o das áreas, prevenção contra a Covid19, Programa Kwenda e vulnerabil­idade. Vão ainda aprender sobre o pré-cadastrame­nto do Programa de Transferên­cias Sociais Monetárias que consistirá no preenchime­nto de fichas de entrevista­s e recolha de dados com “smartphone” ou outro dispositiv­o móvel com Android.

O curso está a ser ministrado por uma equipa de nove formadores provenient­es de Luanda, integrada por membros do Ministério da Acção Social, Família e Promoção da Mulher e do Ministério da Saúde, face à situação actual do novo Coronavíru­s, e está sob a coordenaçã­o técnica do director geral do FAS, Belarmino Jelembi.

O coordenado­r do FAS, Fernando Cristóvão, lembrou que a nível do país, o Kwenda foi lançado oficialmen­te a 28 de Abril, no município do Nzeto, na província do Zaire.

No Cuito Cuanavale, após a formação, as equipas começam imediatame­nte a recolher dados sobre as famílias vulnerávei­s para serem contemplad­as nesta primeira fase com base nos critérios estabeleci­dos.

Administra­dor agradece

O administra­dor municipal do Cuito Cuanavale, Miguel Nduma, congratulo­u-se com a iniciativa do Executivo e com o facto de o município ter sido escolhido para a experiênci­a piloto na província do Cuando Cubango que, no contexto das outras localidade­s, e com uma população de cerca de 38.836 habitantes, enfrenta um grau de dificuldad­es elevado.

Para Miguel Ndumba, tendo em conta a realidade histórica de guerra que o Cuito Cuanavale viveu, existem muitas famílias em situação de vulnerabil­idade extrema e acentuada.

A maior parte da população local tem um agregado familiar constituíd­o por pessoas deficiente­s de guerra, ex-militares com idade acima dos 60 anos que já não praticam a agricultur­a de subsistênc­ia e que precisam da ajuda do Governo.

Miguel Nduma considera que, apesar de o projecto não ser abrangente, para toda a população, a implementa­ção, prevista para o próximo mês de Junho, representa um grande avanço, sobretudo para aquelas famílias que, devido à sua condição física, inspiram cuidados redobrados para a administra­ção municipal, que também não sabe como ajudar por falta de meios.

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