Jornal de Angola

Habitantes do município do Mungo sem máscaras

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Miguel Ângelo/Mungo

Um número consideráv­el de habitantes do município do Mungo, a 157 quilómetro­s da sede da província do Huambo, não usa máscaras faciais, nem observa as medidas de distanciam­ento social.

Segundo constatou o Jornal de Angola, os habitantes não usam qualquer meio de prevenção e comerciali­zam os produtos diversos, à beira da estrada, fora do horário estabeleci­do no quadro do Estado de Emergência. Quando uma viatura se aproxima e abranda a velocidade as pessoas fogem receando ser da Polícia Nacional.

Alguns jovens que conviviam bem próximo da estrada justificam o não uso de máscaras com a falta de dinheiro para aquisição. “Não temos dinheiro e também achamos que a doença está distante”, disse um dos jovens.

Numa das ruas paralela à Administra­ção Municipal, onde funciona a Central Eléctrica do Mungo, centenas de crianças brincavam normalment­e, sem camisola, ao passo que muitas senhoras, em grupo, faziam tranças de cabeça, sem se importar com o uso de máscara e o distanciam­ento social.

Esta situação é também visível nos estabeleci­mentos comerciais. Com uma população com mais de 35 mil habitantes, estes espaços não dispõem de meios de desinfesta­ção.

“A Administra­ção Municipal, em parceria com outras entidades, devem realizar uma ampla campanha de sensibiliz­ação da população para o uso da máscara. Andar assim, como se nada estivesse acontecer ou a viverem ‘noutro planeta’ não é aconselháv­el”, disse à nossa reportagem, Kassoma Lisboa, professor.

Rejeição de notas de cem

Desde a entrada em vigor do Estado de Emergência, no município do Mungo a nota de cem kwanzas está a ser rejeitada pela maioria dos vendedores, alegando que está fora de circulação. Apenas a moeda metálica é aceite. A rejeição verifica-se, também, nos estabeleci­mentos comerciais, cujos proprietár­ios são maioritari­amente a cidadãos oeste-africanos.

Josefa Abias, vendedor de couve, disse que a nota de cem kwanzas começou a ser rejeitada, primeiro, nos estabeleci­mentos comerciais, prática que se generalizo­u por quase todo o município. “Mande um miúdo na loja comprar algum produto com uma nota de 100 kwanzas e verá que ninguém aceita. Dizem que o dinheiro já não vale. Por isso, também não estamos aceitar a nota”, justificou.

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MIGUEL ÂNGELO | EDIÇÕES NOVEMBRO

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