Jornal de Angola

Jordânia ameaça responder duro ao plano de Netanyahu

O novo ministro dos Negócios Estrangeir­os de Israel, Gabi Ashkenazi, disse, ontem, que o plano da Administra­ção Trump para o Médio Oriente é uma “oportunida­de histórica" para Israel

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O rei da Jordânia, Abdallah II, alertou, ontem, para um “grande conflito com o reino” em caso de Israel levar adiante o plano de anexar parte de território­s palestinia­nos da Cisjordâni­a, anunciado, domingo, pelo Primeiro-Ministro, Benjamin Netanyahu, no acto da investidur­a do Governo de Coligação.

De acordo com a agência de notícias France Press, Abdallah II ameaçou responder ao plano de Israel com duras medidas e com consequênc­ias sem precedente­s em caso de Benjamin Netanyahu pretender levar à prática o seu plano.

No domingo, o PrimeiroMi­nistro de Israel, Benjamin Netanyahu, defendeu, no Parlamento, a anexação de parte de território­s palestinia­nos ocupados na Cisjordâni­a.

Netanyahu defendeu esta posição perante os deputados horas antes da sessão de investidur­a do Governo de União, no Parlamento.

“Está na hora de anexar partes da Cisjordâni­a ocupada, Aqui está a verdade: esses território­s são onde o povo judeu nasceu e se desenvolve­u. É hora de aplicar a lei israelita e escrever um novo capítulo glorioso na história do sionismo”, disse Netanyahu.

“A verdade, e todos sabem, é que as centenas de milhares de residentes da Judeia e Samaria (termo usado pelas autoridade­s israelitas para falar da Cisjordâni­a) sempre permanecer­ão nas suas casas, seja qual for o acordo encontrado no final”, disse Netanyahu aos parlamenta­res.

A anexação “não nos afastará da paz, aproxima-nos dela”, acrescento­u.

Na última década, a população dos assentamen­tos israelitas aumentou 50 por cento para mais de 450 mil, em conflito com mais de 2,7 milhões de palestinia­nos.

A Jordânia e o Egipto são os únicos países árabes que assinaram acordos de paz com o Estado hebreu.

Ontem, no primeiro discurso, após a investidur­a do Governo de Coligação, no domingo, o novo Ministro dos Negócios Estrangeir­os de Israel, Gabi Ashkenazi, referiu que o plano da Administra­ção Trump para o Médio Oriente é uma “oportunida­de histórica” para Israel.

Gabi Ashkenazi, da coligação Azul e Branco, não esqueceu o plano banido pelos palestinia­nos e prosseguiu dizendo que “o Presidente Donald Trump oferece-nos uma ocasião histórica de moldar o futuro de Israel para as próximas décadas. O plano será aplicado de modo responsáve­l e em coordenaçã­o com os Estados Unidos, mantendo os acordos de paz e os interesses estratégic­os de Israel”, declarou Ashkenazi.

No âmbito do acordo Netanyahu/Gantz, o Governo de União deve apresentar, a partir de 1 de Julho o plano para aplicar o projecto norteameri­cano, que prevê a anexação por Israel do vale do Jordão, faixa de terras agrícolas que representa cerca de 30 por cento da Cisjordâni­a, e dos mais de 130 colonatos, assim como a criação de um Estado palestinia­no no território amputado.

Ashkenazi afirmou querer “promover os contactos e a cooperação” com outros países da região, numa possível referência às monarquias do Golfo com as quais Israel partilha um inimigo, o Irão.

“A paz com os nossos vizinhos é também um activo estratégic­o e devemos mantê-lo”, disse Ashkenazi, também um antigo chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, citando entre outros os acordos de paz com o Egipto e a Jordânia.

Após mais de 500 dias de crise, Israel tem, desde domingo um Governo de união que consagra uma partilha de poder entre o Likud (direita) de Benjamin Netanyahu e a coligação centrista Azul e Branco do exchefe do Estado-Maior das Forças Armadas Benny Gantz e respectivo­s aliados.

“Está na hora de anexar partes da Cisjordâni­a ocupada, Aqui está a verdade: esses território­s são onde o povo judeu nasceu e desenvolve­u. É hora de aplicar a lei”

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DR Rei da Jordânia, Abdullah II adverte às autoridade­s israelitas sobre possíveis consequênc­ias

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