CPLP decide presidência rotativa no dia 28 de Maio
A decisão sobre o possível prolongamento da presidência rotativa da CPLP por Cabo Verde só vai ser tomada após a reunião de embaixadores, agendada para 28 de Maio, em Lisboa.
“Mesmo que haja uma proposta de Angola e que Cabo Verde concorde, as decisões são tomadas pelos Estados-membros” que integram a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), disse, ontem, à Lusa, o portavoz do Ministério das Relações Exteriores (MIREX), Estêvão Alberto.
“É uma decisão conjunta, no multilateralismo é assim que funciona”, acrescentou.
Em causa está o possível prolongamento da presidência da CPLP por Cabo Verde para 2021, devido aos constrangimentos provocados pela pandemia da Covid-19, após proposta de Angola, país que deveria assumir a liderança da organização em Julho.
“Por causa dos efeitos da Covid-19, Angola propôs que Cabo Verde se mantivesse na presidência da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa [CPLP] até 2021”, anunciou ontem à Lusa o ministro dos Negócios Estrangeiros cabo-verdiano, Luís Filipe Tavares.
“Angola não preside actualmente à CPLP. Portanto, cabe à presidência da organização [Cabo Verde] consultar os Estados-membros”, sublinhou Estêvão Alberto.
O porta-voz do MIREX adiantou que está agendada para 28 de Maio uma reunião ao nível de embaixadores (Comité de Concertação Permanente), em Lisboa, onde a questão será debatida.
“Os resultados dessa reunião serão submetidos à consideração das instâncias superiores de todos os Estados-membros para a decisão”, indicou, precisando que “têm havido consultas político-diplomáticas a vários níveis” sobre esta matéria.
Numa entrevista à Televisão de Cabo Verde (TCV), o chefe da diplomacia daquele país, Luís Filipe Tavares, disse que o Conselho de Ministros Extraordinário deverá acontecer ainda este ano, em Cabo Verde, para debater a proposta de mobilidade, “se a situação da pandemia o permitir”.
“Em relação à cimeira, recebemos há poucos dias de Angola uma solicitação em como gostariam que Cabo Verde continuasse a assumir a presidência da CPLP até 2021, porque Angola diz que neste momento não tem condições, tendo em conta a pandemia e a evolução dos próximos meses em relação a esta doença”, disse Luís Filipe Tavares.
Em Janeiro, o secretárioexecutivo da CPLP, Francisco Ribeiro Telles, disse à Lusa que a Cimeira de Chefes de Estado e de Governo dos Estados-membros da comunidade ficou marcada para Setembro.
Inicialmente prevista, como habitualmente, para Julho – mês em que a organização celebra o aniversário -, a Cimeira de Chefes de Estado e de Governo acabou por ser marcada para “2 e 3 de Setembro”, de acordo com “uma proposta de Angola nesse sentido”, disse então o embaixador português.
A Cimeira de Luanda vai marcar o fim do mandato da presidência cabo-verdiana da CPLP e o início da presidência angolana.